Home Novidades Random Take: Quais são os filmes que mereciam nomeação de Melhor Filme/Realização nos Óscares®?

Random Take: Quais são os filmes que mereciam nomeação de Melhor Filme/Realização nos Óscares®?

by João Borrega

Uma década de cinema já se passou. E, com ela, uma década de Óscares® que encheu Hollywood de glamour e os seus nomeados de um nervosinho miudinho. 

Porém, todos os anos, apesar de merecidos vencedores e de muitos nomeados que ficaram por merecer, há ainda uma outra categoria de filmes que não chegaram a fazer parte da lista – aqueles que são conhecidos como snubs

Assim, irei começar desde o ano de 2010 e dizer qual o filme que teria uma boa hipótese de vencer uma categoria e, pela qual, nem foi nomeado. Para isto, irei somente focar-me em duas categorias em específico, sendo elas a de Melhor Realizador e de Melhor Filme. 

É de notar ainda de que apenas digo um único filme por ano e, esse mesmo filme, só iria mencionar uma categoria à qual este poderia ter sido nomeado. E óbvio que existem inúmeras opções que poderiam ter sido mencionadas, porém considero que estas sejam as mais alarmantes.

Tudo esclarecido? Então, comecemos. 

2010 District 9 (Melhor Realizador)

“Distrito 9” veio comprovar que se consegue fazer um excelente filme, com uma forte componente temática e recheado de efeitos visuais com um orçamento bastante pequeno. Apesar de ter sido nomeado para Melhor Filme, Neil Blomkamp não foi nomeado para Melhor Realizador. Porém, até agora este é, decididamente, o melhor filme do cineasta e conseguiu abanar a estrutura de Hollywood ao fazer muito com tão pouco. 

2011 – Inception (Melhor Realizador)

Esta é uma das maiores calamidades na história dos Óscares – em 2011, Christopher Nolan não foi nomeado para a categoria de Melhor Realizador para um dos filmes que muitos consideram ser uma obra-prima. Para além do mais, “Inception” foi nomeado para 8 Óscares, incluindo Melhor Filme, e saiu da cerimónia com 4 estatuetas debaixo do braço. Porque é que o maestro por detrás desta obra não foi reconhecido? Até agora não se sabe, mas bem merecia. 

2012 – Drive (Melhor Filme)

Agora para a mesa trago um filme que apenas foi considerado para uma categoria de técnica de som. “Drive” pode não ser para todos, mas é um excelente filme, meticulosamente realizado por Nicolas Winding Refn e que, a cada ano que passa,o culto há volta do filme cresce. Certamente que merecia bem mais reconhecimento por parte da Academia, sendo que uma nomeação para Melhor Filme não seria de loucos. 

2013 – The Master (Melhor Filme)

Tendo recebido nomeações para a maioria do seu elenco, “The Master” não recebeu mais nenhuma honra esse ano. E bem que merecia, porque esta obra de Paul Thomas Anderson é bela e tocante, intemporal nos seus conceitos e ideais, tendo recebido aclamação universal e um aumento dos fãs ao longo dos anos. Será que Hollywood não quis lidar com a controvérsia que girava em redor do tema de cientologia tão debatida neste filme? Talvez, mas perderam uma grande oportunidade de nomear quem merecia. 

2014 – Prisoners (Melhor Filme)

Quando ainda não andava pelas bocas do Mundo, Dennis Villeneuve deu-nos “Prisoners” um filme palpitante e metódico, que prende o espectador desde o início até ao fim, numa penumbra de mistério que se desenrola calmamente com ajuda de duas gloriosas interpretações de Jake Gyllenhaal e Hugh Jackman. Se tivesse sido mais recente, este filme teria gerado mais amor por parte da Academia, porém foi totalmente negligenciado para as maiores categorias nesse ano. 

Podem ler também: Top 5 filmes do realizador Denis Villeneuve

2015 – Nightcrawler (Melhor Filme)

Este filme merecia ter recebido muito mais atenção nos Óscares e não apenas na categoria mencionada. Este thriller sombrio e cortante relata uma realidade jornalística que muitos não querem ver, tal como um nascimento de um vilão demasiado perturbador. Não apenas Melhor Filme, mas “Nightcrawler” devia ter sido ainda visto para Melhor Actor para Jake Gyllenhaal, que teve aqui, provavelmente, o seu melhor desempenho até aos dias de hoje. 

2016 – The Martian (Melhor Realizador)

Este é um dos anos mais complicados para ver de um ponto fraco nas listas, porque todas as categorias estão recheadas de riqueza e escolhidas a dedo, com pouco espaço para manobra. Porém, a maior falha que verifiquei foi o facto de Ridley Scott não ter sido nomeado para Melhor Realizador nesse ano com o seu filme “The Martian”. Com um olhar diferente e humorístico para uma situação de vida ou morte em Marte, “The Martian” é uma das melhores adaptações de livro para filme e um ponto alto na carreira de Scott.

2017 – Silence (Melhor Realizador)

Se disser que Martin Scorsese foi esquecido pela Academia para um dos seus filmes mais épicos, acreditariam em mim? Isto foi o que aconteceu quando o realizador lançou “Silence”, um epopeia com base religiosa (a favor ou contra depende do espectador) que demorou cerca de 10 anos a realizar. Este filme tem todos os os traços de Scorsese, com a adição de uma sensibilidade pouco comum nos filmes mais falados do realizador. “Silence” ter sido pouco acarinhado pela Academia foi um desastre. 

Podem ler também: Vamos ao Cinema com a RTP! #2 – Silence

2018 – Blade Runner 2049 (Melhor Filme)

“Blade Runner 2049” recebeu algum reconhecimento nessa noite (com especial destaque para o prémio para Roger Deakins), mas merecia muito mais. Atrevo-me a afirmar que merecia ter sido nomeado para Melhor Filme, tal como para Melhor Realizador. Dennis Villeneuve prova mais uma vez que é um mestre contemporâneo na arte de fazer bom cinema e dá-nos uma sequela que permanece fiel ao original e, ao mesmo tempo, expande o universo e os temas do mesmo. Pode não ter gerado a receita que o estúdio esperava, mas “Blade Runner 2049” é uma obra-prima que irá receber ainda mais reconhecimento com o passar do tempo. 

2019 – A Quiet Place (Melhor Filme)

O que John Krasinski conseguiu fazer com metade do filme a impor silêncio e pouco recurso a diálogos é de se louvar. Com uma ideia tão simples como base, consegue prender o espectador logo desde o primeiro minuto, envolvendo-o em todo o seu silêncio e mistério. Não são todos os filmes que conseguem tal feito com tremendo sucesso e, apesar de todos os obstáculos,  “A Quiet Place” consegue fazê-lo como se fosse fácil, destacando-se nesse ano como um dos maiores filmes que ofereceu ao público, mas que, infelizmente, o facto de ser de terror fez com que a Academia não lhe tivesse dado a devida atenção. 

Podem ler também: A Quiet Place: Um silêncio ensurdecedor

You may also like

Leave a Comment

-
00:00
00:00
Update Required Flash plugin
-
00:00
00:00