O Criador, ou The Creator, chega aos cinemas esta semana pelas mãos do mesmo realizador de Rogue One (um dos filmes mais aclamado de Star Wars – dos mais recentes) e de Godzilla. Gareth Edwards traz-nos um olhar diferente sobre a inteligência artificial, num filme que promete fazer as delícias dos fãs de sci-fi.
Seguimos a personagem do Joshua (John David Washington), um ex-soldado que recebe a missão se estar sob disfarce e envolver-se com os robots, mas mais especificamente com a que viria a ser sua mulher, a Maya (Gemma Chan), que acaba por perder quando a missão de encontrar o criador da inteligência artificial capaz de destruir a Nomad, uma nave ultrapoderosa, corre mal.
Cinco anos mais tarde, é-lhe incumbida a missão de destruir a arma criada mas tudo muda quando se apercebe que essa arma é nada mais, nada menos, que uma criança a quem apelida de Alphie (Madeleine Yuna Voyles).
Durante o filme, vamos vendo então a dualidade de Joshua: por um lado tem de aniquilar esta arma, mas por outro acaba por ser uma criança que, para além de o fazer lembrar-se do seu passado, tem uma informação valiosa – sabe onde está a sua mulher.

(L-R): John David Washington as Joshua and Madeleine Yuna Voyles as Alphie in 20th Century Studios’ THE CREATOR. Photo courtesy of 20th Century Studios. © 2023 20th Century Studios. All Rights Reserved.
Gostei muito da dinâmica entre o John e a Madeleine durante todo o filme. Conseguimos empatizar com ambos e torcemos para que corra tudo bem com eles. Mas acima de tudo, fazem com que consigamos ter um olhar diferente daquilo que temos visto em vários filmes e séries sobre a inteligência artificial. Neste caso, embora haja uma guerra que é criada porque os humanos acreditam que os robots lançaram uma bomba nuclear, os robots tentam proteger-se e prometem que não querem fazer mal a ninguém. Neste filme, consegue-se o efeito de pensarmos que se calhar o nosso futuro não é tão assustador como parece. Que se calhar a inteligência artificial tem um lado bom, que não se vai virar contra nós só porque sim, como muitos têm a crença.
Não estava à espera de ver a Allison Janney quase como uma das “vilãs”, se é que se pode chamar-lhe assim, mas até gostei bastante do papel que desempenhou: com poucas aparições mas consistente. Já a própria Madeleine, que faz de Alphie, acaba por não ter grandes diálogos mas as suas expressões dizem tudo o que ela acaba por não dizer.
Claro que o que mais me surpreendeu, e vendo em IMAX, são todos os efeitos e cinematografia. Os efeitos concretizam muito bem esta vibe de sci-fi que Rogue One já nos tinha trazido, graças também ao grande orçamento que tinha, e a cinematografia, especialmente quando há cenas com mais paisagem e cidades, são espantosas a nível de cor.
O que acabei por gostar menos foi mesmo a divisão por capítulos. Tirava isso e estava tudo bem.

A scene still from 20th Century Studios’ THE CREATOR. Photo courtesy of 20th Century Studios. © 2023 20th Century Studios. All Rights Reserved.
Sei que a questão da inteligência artificial pode não ser consensual para toda a gente, mas ainda assim acho que devem espreitar esta beleza de Gareth. Vai conquistar os fãs de sci-fi mas também os fãs de ação e drama!
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