Home FilmesCinema Nothing to Hide: Mundos Escondidos à Distância de Um Ecrã

Nothing to Hide: Mundos Escondidos à Distância de Um Ecrã

by David Raposo

Segredos, todos vivemos uma vida repleta deles mas, apesar disso, raramente paramos para pensar no quanto a nossa vida se pode sustentar nestes frágeis pilares, ou até mesmo a vida daqueles que nos são mais próximos, afinal, todos nós temos segredos e algumas coisas são melhor deixadas por contar… mas, dito tudo isto, o que aconteceria se estas verdades escondidas acabassem por se revelar?

Procurando responder a este cenário capaz de arrepiar qualquer um, o argumentista italiano Paolo Genovese escreveu o aclamado e múltiplas vezes adaptado guião de “Nothing to Hide”.

Simplicidade é sofisticação e Paolo levou a peito estas palavras quando relatou um jantar entre amigos de longa data, onde após uma fraca piada de humor negro decidem jogar um jogo. A fim de provar que ninguém tem nada a esconder, cada um deve meter o seu telemóvel no meio da mesa do jantar e, sempre que um deles receber uma notificação ou chamada, deve ser lida ou atendida em voz alta para que todos os presentes possam acompanhar.

Apresentando um cenário profundamente simples mas altamente complexo, camada a camada vai sendo decomposta a dinâmica entre amigos, conhecidos e até mesmo casais enquanto se vai desenrolando o que inicialmente parecia ser um jogo inocente.

Com uma perspicácia única e uma narrativa mordaz, encontramos em “Nothing to Hide” para lá de uma comédia, encontramos uma reflexão íntima, dinâmica e crua de variados tópicos altamente presentes na sociedade na qual vivemos atualmente.

Escusado será dizer que com uma premissa destas, todo o filme encontra-se fortemente dependente da qualidade da atuação desempenhada e é exatamente o que encontramos na adaptação francesa deste excelente guião, que se encontra na Netflix portuguesa, onde apesar de não ter o seu toque pessoal que pudesse fazer dele único em comparação ao seu antecessor italiano, vemos desempenhada toda a história de uma forma fiel e verdadeiramente estrondosa, que enquanto nos mantém sorrateiramente entretidos e investidos nas relações presentes em ecrã, impinge subtilmente uma reflexão que certamente dará pano para mangas se visto por mais do que uma pessoa, fazendo deste filme uma experiência única e a não perder.

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