Foi anunciado que o título oficial do vigésimo quinto filme da saga 007 é “No Time To Die”. Os primeiros estágios de produção apresentaram uma série de desafios problemáticos mas, agora, parece estar tudo pronto para o espião mais conhecido da sétima arte regressar ao grande ecrã.
Daniel Craig teve que ser tentado a voltar depois de afirmar que preferia “cortar os pulsos” a ter de interpretar James Bond novamente. Danny Boyle, o primeiro nome escolhido para realizar o filme, abandonou o projeto devido a conflitos e diferenças criativas.
Foi um mote de situações que atrasaram o processo de rodagem do novo filme da saga 007, porém, agora, parece que é de vez que o barco chega a bom porto. Entretanto, foi anunciado o título oficial da longa-metragem – “No Time To Die” – que parece apresentar algumas semelhanças com “On Her Majesty’s Secret Service”, de 1969.

Imagem: IMDB
Depois de Sean Connery, o ator original de Bond, ter optado por abandonar o papel, George Lazenby, um modelo australiano, foi escolhido como substituto. Talvez devido à sua falta de experiência no ramo da representação, Lazenby foi bastante criticado após o lançamento de “On Her Majesty’s Secret Service”, e alguns defendiam inclusive que o filme tinha provocado a morte da franquia por completo.
Porém, nos últimos anos, a opinião pública mudou. O consenso geral sobre o desempenho medíocre de Lazenby não recebe tanto destaque, e o filme é amplamente elogiado pela sua história, desenvolvimento de personagens e cenas de ação. Por conseguinte, “No Time To Die” parece ter um elo de ligação com “On Her Majesty’s Secret Service”.
No filme de 1969, Bond apaixona-se por Tracy, a filha de um criminoso internacional, e decide casar-se com ela. Contudo, numa reviravolta trágica, Tracy é assassinada pouco antes dos créditos finais. Naquele momento em que embala a esposa, Bond profere gentilmente: “there’s no hurry you see, we have all the time in the world”.
Embora esta informação não pareça ser um elo de ligação entre o passado e o presente da franquia, a presença da personagem de Léa Seydoux em “No Time To Die” cria um linha paralela interessante.
De um modo geral, os interesses amorosos de Bond não duram mais que um filme, ou mesmo uma noite. “On Her Majesty’s Secret Service” contraria esta tendência, onde James acaba por dar o nó. De forma semelhante, “Specter” apresentou Madeleine Swann, de Seydoux, que parte para o pôr do sol com 007 para fechar o filme.
O regresso de Swann em “No Time To Die” confirma que a história de amor entre os dois vai continuar, marcando uma das raras ocasiões em que Bond tem um romance genuíno a longo prazo. Neste contexto, tal como sucedeu em relação a Tracy, “No Time To Die” pode assumir um tom mais negro, sugerindo que, mais uma vez, Bond vai perder a mulher que ama.
Em contrapartida, o filme até parece oferecer uma representação mais completa das mulheres, sendo que foi contratada uma escritora (Fleabag Phoebe Waller-Bridge) pela primeira vez desde “From Russia With Ame”. Por essa razão, os papéis até podem ser revertidos nesta ocasião, com Bond a morrer nos braços de Madeleine Swann.
Esta possibilidade parece ir ao encontro de existir um novo 007 no filme, que será retratado por Lashana Lynch. Não obstante, esta mudança confirma também a teoria de longa data de que “James Bond” é meramente um nome de código, ao invés de ser sempre um homem.
Para além de Daniel Craig, que está de regresso para interpretar Bond pela última vez, “No Time To Die” conta ainda com a participação de Ralph Fiennes, Lea Seydoux, Naomie Harris, Moneypenny, Ben Whishaw, Rory Kinnear, Jeffrey Wright, Dali Benssalah, Billy Magnussen, Ana De Armas, David Dencik, Lashana Lynch e Rami Malek.
Com a realização de Cary Joji Fukunaga, o filme tem estreia marcada para o dia 9 de Abril de 2020 nas salas de cinema em Portugal.