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Murder on the Orient Express: Hercule Poirot está de volta mas sabe a pouco

by The Golden Take
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A mais recente adaptação da famosa obra de Agatha Christie, Um Crime no Expresso Oriente (Murder on the Orient Express) chega agora ao cinema, trazendo de volta o detective belga mais conhecido do mundo, Hercule Poirot. Kenneth Branagh dá vida à personagem principal mas é também o realizador do filme.

Hercule Poirot é provavelmente o melhor detective do mundo, como ele próprio diz. Por motivos profissionais, tem de viajar no Expresso do Oriente que parte de Istambul rumo a dezenas de paragens. Tal como em qualquer expresso, está cheio de pessoas que só têm uma coisa em comum: todos querem ir para algum lado. Ou pelo menos é suposto ser assim.

Para além de Poirot, a bordo está Ratchett (Johnny Depp), um negociante de arte com vários inimigos, acompanhado de Masterman (Derek Jacobi) e MacQueen (Josh Gad), o seu secretário.

Mrs. Hubbard (Michelle Pfeiffer), uma viúva à procura de marido, também é passageira no Expresso Oriente, juntamente com Mary Debenham (Daisy Ridley a provar que não é só o papel de Rey em Star Wars que lhe dá mérito).

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Também um médico Dr. Arbuthnot (Leslie Odom Jr.) está a bordo assim como a princesa russa Dragonmiroff (Judi Dench) e a sua empregada Hildegarde Schmidt (Olivia Colman), o casal Rudolph e Elena Andrenyi (Sergei Polunin e Lucy Boynton), o professor Gerhard Hardman (Willem Dafoe), o latino Biniamino Marquez (Manuel Garcia-Rulfo).

Com papéis mais secundários e quanto baste enfadonhos, surge também Pilar Estravados, uma mulher religiosa interpretada por Penélope Cruz e o revisor Pierre Michel (Marwan Kenzari).

À primeira vista, é cada passageiro por si só, sem qualquer relação sem ser o facto de estarem todos na mesma carruagem.

Mas quando um raio atinge uma montanha, causando uma avalanche de neve que cai sobre o comboio, ele é obrigado a parar. E é aí que se descobre que Ratchett foi esfaqueado inúmeras vezes no seu compartimento. Poirot tem agora de descobrir o assassino neste que é um dos enigmas mais difíceis da sua carreira porque não só todos os passageiros têm um alibi forte, como o revisor não viu nada. Apenas Bouc (Tom Bateman), diretor do Expresso Oriente, é que não é considerado suspeito e pode ajudar Hercule a desvendar o mistério do que aparenta ser o crime perfeito.

É encantador ver um elenco tão bom a dar vida a uma história escrita em 1934, apesar das inúmeras adaptações que já fizeram para o cinema (sendo a de David Suchet a mais aclamada).

Porém, há que realçar que este Hercule Poirot tende a roçar o exagerado em muita coisa: o bigode super farfalhudo é só inquietante, o facto de agora o detetive ter um amor passado chamado Katherine com quem fala todas as noites e claro, a questão de ele não ser tão meticuloso e gabarolas com as suas “células cinzentas” como Agathe Christie escreveu. Este Poirot até anda à pancada e faz perseguições!

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O filme foi gravado com uma câmara de 65mm, o que foi uma boa escolha por parte de Branagh em conjunto com o cinematógrafo Haris Zambarloukos, e isto permitiu que haja alguns planos exteriores e interiores que merecem atenção, assim como alguns ângulos escolhidos quando se tratava de gravar personagens individualmente, conferindo um certo ar de mistério à cena.

Agatha Christie era espetacular a escrever histórias de mistério e crime deixando as pessoas agarradas aos livros e desejar por mais aventuras. Como tal, eu tinha grandes expetativas em relação ao filme porque estava curiosa para ver como é que iam pegar num sucesso centenário como este e transportá-lo para o ecrã de modo a que sentissemos as mesmas emoções que sentimos ao ler um livro da rainha do crime.

Para quem nunca leu o livro Um Crime no Expresso Oriente, o final pode trazer alguma surpresa, especialmente porque a história é feita de maneira a que as pessoas não consigam adivinhar logo quem é o assassino. Mas para quem já leu, resta apenas fazer a comparação com outras adaptações e com o livro, considerado um grande sucesso em todo o mundo. Tirando isso, proporciona duas horas agradáveis no cinema mas sem ir muito para além disso – apesar de ter quase havido um “anúncio” do que pode vir a ser o próximo filme inspirado nas aventuras de Poirot, “A Morte no Nilo”.

 

 

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