“Mundos Paralelos” é a nova estreia da HBO Portugal e já são muitas as críticas que acreditam que pode vir a ser a sucessora da aclamada série Game of Thrones.
Para começar, a história de “Mundos Paralelos” já não nos é completamente estranha. É baseada nas obras de Philip Pullman mas, para além disso, já existiu uma adaptação cinematográfica em 2007 chamada “A Bússola Dourada” (The Golden Compass) que contou Nicole Kidman e Daniel Craig no elenco. Só que este filme não funcionou completamente porque a história acabou em aberto, sem sabermos muito mais para além do que nos foi apresentado e que foi muito vago.
Esta nova adaptação da HBO, que em inglês se intitula de His Dark Materials, conta com Dafne Keen (Logan) que interpreta a jovem Lyra Belacqua, James McAvoy (X-Men, IT) que interpreta o seu tio Lorde Asriel, Ruth Wilson (The Affair) como Sra Coulter e ainda teremos oportunidade de ver em futuros episódios Lin-Manuel Miranda a interpretar Lee Scoresby. Philip Pullman é produtor executivo desta série para que haja uma maior exatidão nesta adaptação em relação aos livros.
Seguimos então Lyra, uma jovem que aparenta ser comum mas que na verdade é bastante especial. Ela vive no colégio Jordan, num mundo em que as almas das pessoas são partilhadas com animais que mudam de forma chamados daemons. Neste mundo vive também um povo do qual as crianças estão a ser raptadas e levadas para Londres. Mas o seu amigo Roger acaba por ser uma dessas crianças e é aí que ela decide partir na aventura para o encontrar, juntamente com um objeto misterioso que lhe foi oferecido chamado aletiómetro, mas também para descobrir o que é o fenómeno chamado “Pó” que é assunto “tabu” para os adultos e que leva o seu tio a separar-se dela mais uma vez.
Fotografia: HBO Portugal
Vão reparar que, a nível de história, o primeiro episódio é bastante semelhante ao início de “A Bússola Dourada” mas, claro, com as suas nuances.
De realçar logo que Lyra é muito mais curiosa, persistente e cheia de garra do que a do filme. E as cenas que Dafne tem com James McAvoy são muito mais intensas, como a história o pede, o que faz com que a escolha para estes dois personagens seja a mais acertada: uma criança que se sente presa e que só quer ir para o Norte com o seu tio, e ele que só a quer proteger da profecia que a envolve, acabando por se tornar frio para com ela.
E claro, McAvoy já tem aqui mais tempo de antena do que Daniel Craig a interpretar este papel teve no filme inteiro. Para além de que no filme, as duas personagens parecem desapegadas e aqui , embora mal se vejam, nota-se que têm uma ligação maior.
Também sentimos que temos mais tempo para saber minimamente quem é Lyra, o que a motiva e um pouco da sua personalidade e atitudes, o que é bastante importante visto que ela é a personagem principal desta história e precisava de se destacar logo no primeiro episódio.
O filme “A Bússola Dourada” acabou por receber o Óscar de Melhores Efeitos Visuais e sendo o filme de 2007 e já se provar bom neste campo, a série tinha aqui uma difícil tarefa que superou com excelência. Todos os daemons estão muito bem feitos, a acompanhar com os restantes efeitos visuais e fotografia ao longo do episódio. Todos estes elementos juntos transportam-nos para um mundo mágico, pelo menos para um deles! Se vamos ter oportunidade de ver os outros mundos de que se fala, isso teremos de descobrir ao longo da temporada.
A banda sonora também se destaca, especialmente logo na introdução da série que é simplesmente maravilhoso de se ver e ouvir! Confesso que fiquei muito surpreendida com isto. Já a realização ficou a cargo de Tom Hopper (“O Discurso do Rei”) e a primeira temporada terá oito episódios, numa co-produção com a BBC One.
Resumidamente, esta série tem todo o material para dar certo e ser algo que nos rodeia de magia, mistério e muita aventura faz com que o espectador fique logo agarrado ao ecrã a querer ver mais um episódio. Está mais do que recomendada!
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