O filme “Maze Runner: A Cura Mortal” é o último filme da trilogia que, depois de ter sido adiado várias vezes, estreia agora nos cinemas portugueses.
Aviso: o seguinte artigo irá conter spoilers dos três filmes da saga “Maze Runner”.
Se olharmos para trás, mais especificamente para 2014, conseguimos lembrar-nos da primeira vez a que assistimos ao desespero de um grupo de pessoas, presas dentro de um labirinto, sem terem maneira de sair dele e sem se lembrarem do seu passado, ou seja, ao primeiro filme da saga, “Correr ou Morrer”.
De alguma maneira, esta história à volta de um mundo distópico chamou-nos o suficiente a atenção, apesar de estarmos a ser bombardeados nessa altura com filmes como “Divergente” e “Jogos da Fome: Parte 1”.
No seguimento do primeiro filme, ficámos a saber que era a C.R.U.E.L que estava por trás do esquema. Tencionava usar estas pessoas como sacríficio para descobrirem a cura do vírus que estava a contaminar a população.
Depois vieram as “Provas de Fogo” (2015)
Thomas, Newt, Minho, Fry Pan, entre outros “reféns” do labirinto conseguiram sair dele. Finalmente puderam ver o que estava para lá daquelas muralhas, percebendo como é que o mundo realmente estava. Repleto de destruição e pessoas transformadas em walkers (sim, não inventem, parece que estamos num episódio de The Walking Dead), a que apelidaram de Crankos.
E foi no fim desse filme que vimos Minho a ser levado pela C.R.U.E.L, situação que ajuda a fazer a ligação com o início da “Cura Mortal” (2018). O filme começa logo com uma cena de acção muito ao estilo de “Mad Max” (que mostra como vão ser as próximas duas horas) em que Thomas, Newt, Vince, Brenda e Jorge, tentam resgatar o amigo que vai no comboio diretamente para a Última Cidade. Mas claro que conseguem salvar uma carruagem inteira, menos Minho. E como tal, Thomas decide que está na altura de invadir a fortaleza da C.R.U.E.L.
E pronto, o resto da narrativa não passa disto, digamos, é mais do mesmo. A história não melhora, voltamos a ter Thomas a querer ser morto pela milésima vez. Passa por imensos obstáculos para chegar a Minho e voltar a encontrar Teresa, mesmo sem o admitir.
Ah e claro, destruir a organização por dentro será o seu novo objetivo. Isto ocorre depois de ter descoberto qual o seu papel no meio daquela cena apocalíptica.
Sem dúvida que este filme nos traz mais acção, o que acaba por compensar a narrativa repetitiva. Sendo o final de tudo, houve a tentativa de explicar o que ficou para trás nos filmes anteriores.
Temos a oportunidade de ver o lado mais sentimental de algumas personagens. A amizade de Newt e Thomas apresenta-se cada vez mais forte.
Depois temos Teresa (Kaya Scodelario) que continua a pessoa mais irritante da saga com a sua crença cega de que está a fazer o correto para salvar o mundo e a Brenda(Rosa Salazar) que após ter sido mordida por um Cranko e curada por Thomas, está pronta para qualquer coisa que apareça, mesmo que isso envolva ficar à beira da morte dentro de um autocarro que está pendurado numa grua para salvar 28 pessoas.
E claro, Ki Hong Lee como Minho e Giancarlo Esposito como Jorge voltam para compor a equipa da melhor maneira. Mas tenho de dizer ainda isto: que desperdicio de tempo de Aidan Gillen neste filme. É o único que, mesmo quando já perdemos a esperança na história toda, consegue cativar-nos para aguentarmos o resto, mostrando que o filme não está à altura deste grande ator.
Não se pode dizer que o final foi totalmente satisfatório: sim, a cura foi descoberta mas era óbvia desde sempre, o que sinceramente, tirou um bocado a piada ao que se andou a fazer durante três filmes. Mas também não foi insatisfatório no sentido em que dá o final “desejado”, um final feliz. Aparentemente.
A última cena ainda nos consegue deixar com dúvidas em relação ao famoso antídoto. O mais provável é que nunca mais tenhamos uma resposta. Por isso, vamos apenas dizer que foi um final nostálgico, perfeito para os fãs da saga.