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“Mary Poppins Returns”: Regressa a magia

by Ren Vieira

25 anos após o clássico original, Michael Banks (Ben Whishaw), é agora pai de três crianças—Anabel (Pixie Davies), John (Nathanael Saleh) e Georgie (Joel Dawson).

Contudo, após a morte da sua esposa, Michael é forçado a pedir um empréstimo ao banco para pagar a casa, mas agora não o consegue pagar na sua totalidade.

Enquanto que este procura os documentos que o podem ajudar a manter a casa, Mary Poppins (Emily Blunt) surge de novo vinda dos céus e reentra na vida da família Banks, levando as crianças em aventuras com a ajuda de Jack (Lin-Manuel Miranda), um lampião. Graças a Mary, a família Banks fica mais chegada e tanto adultos como crianças aprendem boas lições ao longo do caminho.

Se olharmos para Mary Poppins de 1964, é um estranho filme cujas maiores forças são os numerous musicais, em termos de letra, estrutura e coreografia, e os incríveis papéis de Julie Andrews e Dick Van Dyke.

Mas é também um filme com comentário social na forma como utiliza a justaposição de canções com certos personagens. Enquanto que nos lembramos de Mary e Bert a dançar com personagens animados, também nos lembramos da canção “Feed the Birds” que é seguida por “Fidelity Fiduciary Bank” onde os ganaciosos banqueiros roubam dois cêntimos a uma criança, enquanto que comentam que se “alimentares os pássaros” apenas teremos “pássaros gordos”, uma frase que despresivelmente representa como os ricos veêm a distribuição de riqueza pela sociedade.

Mary Poppins Returns escolhe ser mais musical que comentário social, no entanto o seu comentário é mais subtil. Por exemplo, Jane Banks (Emily Mortimer) no film faz parte do sindicato pelo direito do trabalhador. É um comentário que passará ao lado de muitos devido aos seus grandes numerous às brilhantes cores.

O que não é mau, nunca quereriamos apenas uma cópia que fizesse tudo da mesma forma. Não há nada de errado com a nova e inovadora sequência de inovação de animação que envolve os personagens humanos entrarem num mundo 2D e interagirem com personagens animados, nem há nada de errado com os fascinantes cenários ou com o maravilhoso guarda-roupa.

Sem ficar rendido à nostalgia mas sim à inovação, Mary Poppins Returns é um optimo, se bem que não tão bom, srguimento ao imortal clássico de 1964. E se há actrizes perfeitas para o papel, Julie Andrews será sempre a original, mas Emily Blunt nasceu para fazer de Mary Poppins, mais árdua por vezes mas é bom ver que a actriz consegue dar vida a todas e quaisquer nuances da ama mágica, assim como o argumento percebe que Mary Poppins não vem apenas brincar com as crianças e dar-lhes o que querem mas sim ensinar-lhes as lições que precisam para crescer e ver as coisas de uma nova perspectiva.

Mary Poppins é o que as crianças querem, mas acima de tudo é o que elas precisam. Mary Poppins é o que os adultos precisam, mas acima de tudo é o que eles querem.

Lin-Manuel Miranda brilha quando tem o seu solo na música, “The Cover Is Not the Book”. Mas aqui também surgem os problemas. Enquanto que encantador, Jack não tem um grande papel no grande esquema da narrativa, assim como Jane Banks.

Não se pode chamá-los de inutéis, haverá uma cena ou outra em que foram necessários, mas lembramo-nos mais do bom trabalho dos actores do que os personagens. O mesmo se aplica ao vilão do filme, que não será aqui revelado, mas enquanto que o primeiro filme entende que o verdadeiro antagonista é a situação, a época, e a ganância que consume os banqueiros, a sequela decide dar um papel simples e superficial a um banqueiro sem explorar o porquê de qualquer motivação, quando este filme se passa na época da depressão, com isso já tínhamos o necessário e complexo comentário social.

Mesmo com estes problemas, a maior e melhor é que Mary Poppins Returns nunca depende do primeiro filme para nada, sucede pela sua existência, mas quando estamos à espera de uma referência nas cenas mais importantes o filme mantêm-se nos seus próprios pés sem precisar de colo do seu antecessor.

O melhor que posso aconselhar alguém a fazer antes de ir ver Mary Poppins Returns é rever Mary Poppins de 1964, não só porque é um clássico icónico mas pode surpreender-nos o quanto o novo filme não se agarra a tudo que seja referência ao original numa altura em que a cultura pop depende muito de nostalgia. Mary Poppins Returns é um filme com tanta imaginação como o original, o mesmo nível de esforço nas coreaografias, nas letras.

O original Mary Poppins é uma jóia intocável, mas não é por isso que Mary Poppins Returns não tenta agarrar-se ao original por isso, mas sim inovar aquilo que uma história como esta tem para inovar em tempos diferentes.Não fica na sombra do seu antecessor, e ficará na memória bem depois de terminarem os créditos.

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