Luckiest Girl Alive é uma adaptação do livro de Jessica Knoll que chega agora à Netflix com Mila Kunis no papel principal. Terá o filme conseguido surpreender?
Quando o trailer saiu, fiquei bastante intrigada com o que viria aí. Já tinha visto pessoas a recomendar o livro e o trailer despertou-me curiosidade devido ao mistério que escondia.
Mila Kunis interpreta TifAni Fanelli, prestes a tornar-se em Ani Harrison, assim que casar com Luke, um homem nascido numa família rica. Ela escreve numa revista principalmente sobre coisas de cariz sexual e está a preparar o casamento que irá mudar a sua vida, quando um realizador decide abordá-la sobre o documentário que está a fazer e em que quer ela fale sobre o assunto.
O documentário foca-se num dos tiroteios mais fatais, que aconteceu na escola dela quando era mais nova, só que ela nunca falou sobre o acontecimento e sendo uma das sobreviventes, seria importante fazê-lo agora, uma vez que um ex- colega dela se refere a ela como cúmplice do mesmo.
Sabemos e vamos percebendo os traumas de Ani com flashbacks daquele dia quando era mais nova, interpretada por Chiara Aurelia, mas acompanhamos também um pouco antes a sua jornada, desde que conhece o grupo de amigos populares que acabam por ter um grande impacto na vida dela, causando-lhe muita dor, ainda antes do tiroteio em si.
Como disse no início, fiquei intrigada com o trailer e isso levou-me a acreditar que no “tiroteio mais fatal numa escola” como eles o descrevem, senti que o plot twist, a explicação de tudo ficou muito aquém do esperado. Claro que o tiroteio em si já deixa marcas e traumas e tudo o que lhe aconteceu em adolescente também, mas para o espetador que se vê envolvido neste grande segredo que a Ani tem, acaba por se sentir desiludido quando chegamos ao momento em si.
Não tenho qualquer problema com a Mila Kunis, aliás foi muito bom vê-la a regressar a um filme e a interpretar esta Ani que tinha tanto de ambiciosa para melhorar a vida dela, como de assustada e insegura por tudo o que lhe aconteceu. Também não desgostei da narração dela quando as coisas iam acontecendo para nos contextualizar essencialmente que a vida de adulta dela era mais uma aparência do que o que ela realmente sentia.
Por outro lado, o filme integra bem não só a adaptação da obra em si, como também alguns factos verídicos que não estão presentes no livro mas que aconteceram à escritora na sua vida pessoal, que ganhou coragem para contar a história e nem que seja para outras pessoas também ganharem essa coragem para contarem a sua história, para partilharem, tal como fizeram na altura com a escritora, já é um filme que vale a pena ver.
Em suma, e apesar do que disse no parágrafo anterior, é um filme com duas horas que se vê bem mas que, infelizmente, acho que não vai ser um filme memorável daqui a uns tempos quando pedirem recomendações de coisas para ver na Netflix.