“Living With Yourself” é a nova série da Netflix que traz de volta Paul Rudd à televisão, sendo agora o protagonista desta comédia. Mas como um Paul não chega, há dois!
Depois de “Gemini Man“, estreado há umas semanas, somos apresentados agora no formato televisivo à mesma proposta mas num contexto mais relaxado e diria, mais focado.
Miles (Paul Rudd) está a atravessar alguns obstáculos na sua vida, nomeadamente a inspiração no seu trabalho como “marketeer” já é inexistente e a relação com a sua mulher Kate (Aisling Bea) caiu nos lugares comuns da rotina. Para encontrar uma maneira de ficar feliz de modo a ser a melhor versão de si próprio, vai fazer um tratamento num spa secreto apelidado de “Top Happy” para o efeito.
Só que o “tiro sai-lhe pela culatra” quando acorda no meio da floresta, de fralda e com outra pessoa em casa ao lado da sua mulher que é… ele. Ou seja, o seu clone que partilha essencialmente a sua aparência à primeira vista. Mas com o tempo vamos percebendo que este doppelgänger é mesmo a versão melhorada de Miles.
Agora há uma grande questão que precisa de resposta: Visto que há dois Miles, como vão lidar com a situação?
Cada episódio apresenta uma perspetiva diferente de cada um deles, porque lá está, ao contrário de outros formatos que já vimos com duas pessoas, Living With Yourself foca-se muito em que o espectador perceba a perspetiva dos acontecimentos de um lado e de outro, o que é óptimo e, incrivelmente, não se torna confuso, porque conseguimos acompanhar bem tanto o presente como os flashbacks e a par e passo, todas as personagens da série.
Numa entrevista em Londres, foi explicado como é que Paul Rudd interpretou as duas personagens, sem a referência de alguém para marcar o espaço e a acção do outro Miles enquanto ele protagonizava um. Memorizava o que tinha dito, como tinha dito e a maneira como estava e ia trocando de personagens.
A escolha do ator também ajuda a marcar o tom da própria série: Rudd tem piada por si só, o que se reflete também nas suas cenas e no modo como interpreta os dois Miles.
Apesar da série não exigir muita complexidade das personagens a nível de ação, exige de Paul Rudd que vai trocando muito bem entre elas: entre alguém que não sabe o que fazer à vida com alguém que dava tudo para ter a vida dele, marcando igualmente bem cada lado e as emoções de cada um deles.
É uma série que vão ter de ver pelo menos dois episódios para entrarem no ritmo da mesma. Mas é interessante ver como Paul Rudd se entrega ao seu papel e os twists vão fazer com que queiram ver o próximo episódio. Se querem adicionar uma comédia nova e leve à lista, deviam espreitar “Living With Yourself”, nem que seja para ver como Rudd interpretou à sua maneira um conceito já bastante explorado no cinema e televisão.
Já podem ver “Living With Yourself” aqui.
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