“Little Women” (As Mulherzinhas) é realizado por Greta Gerwig que continua a dar cartas na realização. Está nomeado para Melhor Filme e conta com um elenco forte, um argumento bem trabalho e um guarda-roupa lindíssimo. Um filme a não perder, se forem fãs de histórias com um lado mais emocional!
Não estava à espera de gostar tanto da nova adaptação a “Little Women”, desta vez com Greta Gerwig na realização. Em primeiro lugar, este filme é a prova de que o elenco faz toda a diferença numa história destas. É preciso entregarem-se aos papéis, às emoções e personalidades associadas aos mesmos e integrarem-se no ambiente em que se passa a narrativa.
Somos apresentados a Jo March (Saoirse Ronan), alter ego da autora, que aparece pela primeira vez a vender as suas histórias para conseguir ajudar a sua família monetariamente mas sem assinar o seu nome por elas. A partir deste momento, toda a história se desenrola à volta dela e da família dela.
Como já referi, o elenco é das melhores coisas deste filme. Saoirse Ronan continua a provar o seu imenso talento, protagonizando pela segunda vez um filme de Gerwig, e entrega-se de corpo e alma à irmã diferente do grupo, a que não quer seguir as regras, acha que o casamento não é para ela, querendo apenas escrever.
Como suas irmãs temos a talentosa Emma Watson que não desilude no papel de Meg, a irmã mais velha, que acaba por ser um exemplo para as outras raparigas da família, e que adora moda e que tem o sonho de ser atriz.
A irmã mais nova é Beth, interpretada por Eliza Scanlen, que é apaixonada pelo seu piano embora não queira que muita gente a oiça e cuja narrativa vai ser o foco principal de alguns dos momentos mais emotivos deste filme.
Finalmente temos Florence Pugh, no papel de Amy, que rouba as atenções completamente. Ela consegue transitar muito bem de uma Amy mais nova e infantil, que quer ir para todo o lado com as irmãs e que se revolta facilmente quando não lhe dão o que ela quer e numa Amy com uma evolução a olhos vistos que aposta na sua oportunidade de ir para Paris e ser pintora, tendo uma visão mais racional e pensada do que quer para a sua vida.
Temos ainda Timothée Chalamet, que já é também uma cara conhecida dos filmes de Gerwig depois de Lady Bird, que faz do vizinho rico Laurie, que apoia as raparigas no que elas precisam, e que acaba por se tornar o melhor amigo de Jo, embora nutra sentimentos mais fortes por ela. Apesar da personagem dele ser arrogante e egocêntrica por vezes, ele consegue, incrivelmente, ter uma química no ecrã com todas as raparigas, destacando-se com Saoirse, com quem está habituado a trabalhar, e Florence.
Laura Dern interpreta a mãe emotiva, que atrevo-me a dizer, merecia era estar nomeada por este papel porque ela tem de lidar com muitas emoções durante o filme e claro, com 4 raparigas bastante diferentes nas suas fortes personalidades. A Meryl Streep está sempre bem, é inevitável dizer o contrário.
O que mais me cativou neste filme a nível de elenco sem dúvida que foram todas as interações que foram tendo ao longo do mesmo. Quando as raparigas estavam todas juntas, era uma autêntica risada ou uma autêntica choradeira. Já quase não havia um meio termo mas a verdade é que todos os atores, em conjunto, sobressairam a história nesta que podia ser apenas mais uma adaptação.
O argumento está muito bem trabalhado por Greta, que utilizou não só o livro que dá nome ao filme, mas também algumas notas deixadas pela autora. Optou por utilizar os flashbacks para contar a história em duas linhas temporais trabalhando-o de forma muito inteligente com a realização. É devido ao mesmo que o final é tão emocionante, visto que nos vamos ligando às personagens ao longo do filme.
Infelizmente, Greta não está nomeada para Melhor Realizadora, mas conseguiu o feito de o seu trabalho estar novamente nomeado para Melhor Filme, o que dá o mérito que ela merece. Ela está a dar cartas na realização, mostrando trabalhos muito bem executados, mas talvez ainda há-de chegar o ano dela em breve, porque se ela continuar com o histórico de nos entregar bons filmes, certamente que estará para breve.
Outros dos pontos altos do filme é o guarda roupa que está tão bem feito à época onde a história se passa, todos os vestidos e os detalhes dos mesmos, a maneira como lhes assentam tão bem, reflectindo de certa forma a personalidade das personagens. A elegância e o detalhe arrebatam-nos neste aspeto.
Este filme dá-nos imediatamente vontade de devorar o livro e acredito, sem ter visto muitas das adaptações, que é uma das melhores que já foi feitas à obra no cinema. Sem dúvida que é um filme a ver por todo, mas cuidado com as lágrimas que vão cair sem esperarem bem que isso aconteça!
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