Lançado em 1978, o filme “Les Rendez-vous d’Anna” entrega-nos uma premissa bastante simples: Uma “cineasta” percorre a Europa Ocidental para promover o seu filme, e a meio das suas viagens, encontra várias pessoas que lhe contam vários relatos profundos sobre o distanciamento emocional e físico do mundo deles.
Por mais que a realizadora deste filme tenha um nome de renome, Chantal Akerman, este filme não fica nada bem no currículo dela.
Por mais que tenha os seus objetivos, nenhum deles é realizado justamente. Confesso que senti bastante dificuldade em ver este filme sem me irritar com certas atitudes que os personagens e o próprio filme leva.
Em primeiro lugar, a parte da divulgação do filme não existe. Ou se existe, é nos primeiros minutos do filme e é algo tão vulgar que me esqueci nas restantes 2 horas que se passaram. Depois, os encontros são acoplados com uma narrativa chata, sem sentido e uma falta de sensibilidade da protagonista perante os relatos contados. Por mais que a sinopse nos tente indicar que ela é uma pessoa que ouve atentamente estes relatos e que será uma viagem cheia de histórias fascinantes, o filme conta exatamente o contrário.
Os personagens “narradores” têm pouca relação com a personagem, ou são apenas desconhecidos que aparecem, o que faz o espectador ter zero preocupação ou até mesmo a protagonista com o que eles dizem. A única personagem relevante que desenvolve a sua relação e transmite uma conexão com a protagonista é a mãe da mesma. Aí sim conseguimos ver um tipo de relacionamento que é aproveitável. De resto, personagens aparecem e vão, têm atitudes estranhas no cotidiano de um ser humano, o que para um filme realista é bastante estranho isto estar a acontecer, e têm comportamentos fora dos padrões do mundo ou do contexto histórico do filme.
Sinceramente, apenas algumas fotografias e planos de câmera me conseguiram pensar em coisas positivas neste filme. Também a narrativa, apesar de froxa e desinteressante, consegue ter momentos “ok”.
Resumindo, “Les Rendez-vous d’Anna” é um filme cujo uma sinopse engana o público, desenvolve-se terrivelmente, e não é sincero consigo mesmo.