É já amanhã que estreia nas salas nacionais o filme francês Laranjas Sangrentas. Galardoado com o prémio do Público no MOTELx em 2021, e um verdadeiro sucesso no Festival de Cannes, esta comédia negra com a assinatura de Jean-Christophe Meurisse promete dar que falar.
Estamos em França, no panorama actual. Um casal endividado tenta recuperar as suas finanças ganhando um concurso de dança rock. Ao mesmo tempo, o seu filho é um advogado que tenta escalar a escada social ao trabalhar para uma importante figura pública e reabilitar a sua imagem. E ainda uma jovem que é raptada por um homem mais velho e ao mesmo tempo quer começar a sua vida sexual…
Nenhum dos acontecimentos em Laranjas Sangrentas parece fazer sentido, e o filme oscila entre diálogo bruto e accao agressiva, sendo dos poucos filmes da actualidade que não tem um género definido e oscila entre vários com mestria. Negro, satírico e cinico, dá choque atrás de choque aos espectadores, e daqui só podemos ter um resultado: divisão.
No meio de um enredo que nos parece ter pouco ou nenhum sentido temos margem para encontrar a sátira quase perfeita à sociedade actual, algo que o cinema francês sempre nos soube trazer com mestria, e também não nos escapam as performances dos actores.
Vão poder odiar ou amar Laranjas Sangrentas, um absoluto caos improvisado que resulta surpreendentemente bem, é que, no fim de contas, nos deixa um tanto ou quanto apalermados. Na minha opinião, vale bem a pena espreitar.