La Casa de Papel está de regresso com a sua quarta parte, numa altura em que todos estão em casa, ansiosos para poderem ver os 8 episódios de seguida, e em que o resultado é mais uma dose de emoções à flor da pele e planos B mas que não nos fez avançar muito na história.
Contém spoilers.
Regressamos ao Banco de Espanha para dar seguimento ao final da terceira parte, visto que o mesmo nos deixou algumas perguntas por responder. Será que o Professor vai finalmente perceber que o feitiço virou-se contra o feiticeiro e que Lisboa não está morta? Será que Nairobi sucumbiu ao tiro?
Esta quarta parte acaba por nos responder a essas perguntas e mais algumas, trazendo-nos uma boa dose de nervos e de muito improviso porque, à semelhança da terceira parte, as emoções reinam dentro e fora do Banco de Espanha, e como tal, acaba tudo por se descontrolar.
Dentro do bando começa a haver dúvidas, suspeitas, traições e algumas discussões mas também florescem novas relações. Mas como sempre, passam de uma situação em que tudo está a correr mal e fora do que tinha sido previamente planeado para um novo cenário que se baseia principalmente em resgatar Lisboa e em aguentar o caos que está dentro do Banco, especialmente com Gandía a solta a causar demasiados estragos.
Como esta crítica tem spoilers, digo-vos que o 6º episódio foi o que me deixou mais “nervosa” por tudo o que aconteceu com a personagem de Nairobi. Porque depois de ela ter recuperado do tiro e de haver uma luz de esperança para o futuro da mesma, eis que surgem novas situações que fazem com que o resultado seja fatídico. Este evento acabou por deixar o resto do bando cheio de sede de vingança, como também focados em acabar o assalto “Por Nairobi”, até porque ninguém está a salvo e, apesar de terem dito para não haver relações pessoais dentro do bando, isso torna-se inevitável (tanto para eles, como para nós) e ninguém quer deixar passar isto em branco, especialmente depois de na primeira temporada terem ficado sem Moscovo, Oslo e Berlin.
(e que bom é ver que Berlin continua a ter o seu destaque mesmo nesta quarta temporada!)
Mas agora é preciso isso mesmo, “encerrar” este assalto, que sabíamos que seria mais complexo, mas que já se arrasta por 16 episódios e que se há de arrastar para uma quinta parte. Até porque, cronologicamente, pouco ou nada avançámos com esta temporada: continuam lá dentro e não há muito mais ouro derretido. Basicamente, só aumentou o caos e as fatalidades também. E o nosso sofrimento e curiosidade.
Mas por outro lado, não podem adiar muito mais o inevitável: queremos saber como é que isto tudo vai acabar e se eles vão ter mais uma vez sucesso, caso aconteça, embora seja compreensível que é preciso mostrar como tudo pode correr mal e as consequências disso. E lá vamos nós, seguindo de episódio para episódio a acompanhar este ritmo alucinante de acontecimentos e a sentir praticamente o que as personagens estão a sentir. E sim, isso faz com que se distraiam do verdadeiro objetivo (e a nós também porque acabamos por torcer pelo bando) mas se querem sair dali o mais rapidamente possível, também é preciso manter a cabeça no jogo.
Lá está, esta temporada, demorou a arrancar para acompanhar os acontecimentos da terceira, e depois de tudo o que correu mal, acaba com mais um plano engendroso de resgate a Lisboa (que também nos deixou algumas questões e sensação de missão impossível), e o final com a inspetora Sierra a apontar a arma ao Professor tornou-se no cliffhanger para deixar tudo em aberto para uma quinta parte, mesmo com uma rapidez tremenda por parte dela em encontrá-lo (depois de tentar por duas temporadas e não ter conseguido…).
E foi isto: uma montanha russa de novas emoções, perseguições intensas dentro do Banco, como lidar com tudo que está a desmoronar à volta e mostrar que, em cinco minutos, tudo pode mudar e, claro, deixando em aberto o futuro do bando, do professor e do próprio assalto em si, porque ainda agora não percebemos como é que o ouro pode ser a chave para saírem dali.
Em suma, vê-se bem a temporada, embora não seja a melhor de todas, nem está perto disso, mas saiu numa altura em que estamos todos em casa, desejosos para saber qual será o nosso próximo binge watch para nos distrairmos e isso funciona muito bem porque pelo menos durante 8 horas (mais ou menos), só queremos saber qual é o futuro daquele bando que agora é visto como um símbolo da Resistência e ao qual nos fomos apegando ao longo destas temporadas.
Depois de verem os oito episódios, vejam o documentário que vem a seguir sobre a série!