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Joker: Folie a Deux – Crítica Filme

by Beatriz Silva

Há 5 anos, Todd Philips conquistou-nos com a sua versão do Joker e com a mensagem forte sobre a sociedade que passou. Agora, regressa com a sequela, Joker: Folie a Deux que está a gerar grandes expetativas nas pessoas mas que pode vir a desiludir.

Não te alarmes, Joker: Loucura a Dois não está mau. Mas não posso estar aqui a escrever a minha opinião honesta sem  dizer que me desiludiu um bocado. É tudo uma gestão de expetativas, lá está.

Se Todd Phillips com o primeiro Joker me tinha conseguido apertar o coração com a mensagem fortíssima que passou sobre a sociedade e sobre a saúde mental ao construir a evolução de Arthur Fleck para o Joker, neste aqui esperava ver mais… caos. O Joker é o símbolo do caos. Tal como é um símbolo para todos aqueles que se sentem marginalizados pela sociedade. Mas nesta sequela, temos o foco muito em Arthur Fleck, sim, e nos seus anos em Arkham Asylum mas também se passa muito no tribunal, no seu julgamento. Mais do que isso, vemo-lo a lutar diariamente sobre se tem ou não remorsos do que fez.

© 2024 Warner Bros. Ent. All Rights Reserved.

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O que para mim resultou mas ao mesmo tempo sinto que não acrescenta assim tanto ao que vimos no primeiro filme. Enquanto o primeiro filme tinha a construção, aqui esperava uma evolução. E caso o Todd quisesse continuar com um terceiro filme (que até ver não quer), poderia tornar-se uma trilogia bastante interessante. Mas não foi isso que aconteceu. E não, o facto de ser musical não teve impacto nisto. Até porque não podemos criticar esta sequela por o ser, uma vez que no primeiro filme, tanto a música como a dança tiveram muito impacto na história que se queria contar.

Mas já que tocamos no assunto da música, senti que muitas das vezes fazia sentido ela estar lá e de certa forma complementava os diálogos e dava mais ênfase a todo o lado mais fantasioso, mas por outro lado havia momentos em que se alongava demasiado.

No que toca à representação, Joaquin Phoenix é brilhante. É literalmente assustador ao mesmo tempo que é fascinante vê-lo a transformar-se em ambas as personagens com o que parece uma facilidade tremenda. Os maneirismos, a forma de cantar e de dançar, a gargalhada, o contraste sombrio e desprotegido do Arthur Fleck com o o lado ousado e confiante do Joker. Ele entrega tudo a esta personagem, tal como fez em 2019.

Já Lady Gaga, eu entendo o porquê do papel da Lee Quinzel. Tal como o Joker não é o que nós conhecemos da DC, esta também não é a Harley Quinn a quem estamos tão habituados. Sinto que ela embora seja muito competente no trabalho que entrega, especialmente com o seu vozeirão, quando aparece sozinha acaba por não ter tanto impacto, mas deixa a curiosidade no ar para saber mais sobre ela, sem dúvida, mas ainda assim faltou-me contexto. Percebo que ela surge como uma pessoa que dá atenção ao Arthur Fleck e que lhe dá uma réstia de esperança de que ele não é quem o pintam. Mas será a Arthur que ela dá atenção ou será o fascínio dela com Joker e a fantasia que se gera desta personagem?

© 2024 Warner Bros. Ent. All Rights Reserved.

E realmente o filme ganha outro brilho e outro alento quando os dois estão em cena juntos. A dinâmica com os dois resultou muito bem e dentro do que nos é apresentado deste amor, eles conseguiram trazer uma boa dose de loucura para o grande ecrã.

De resto, a cinematografia é, mais uma vez, lindíssima, assim como os figurinos, todo o cenário dentro de Arkham e toda a envolvência em tribunal.

Com isto tudo, não pensem que não saí angustiada na mesma, porque senti, especialmente porque são temas que deviam ser mais falados e que nos deixam a pensar, e é mesmo isso que Todd quer fazer usando uma personagem conhecida do cinema e dos comics.

Contudo, saí do filme a não gostar do final mas a apreciar o que o realizador tentou fazer mais uma vez. Mas o filme de 2019 tem um lugar especial no meu coração que este não vai conseguir tirar.

7/10

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