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John Williams: O compositor artesão de emoções

by João Pedro

John Williams é um dos maiores compositores de todos os tempos. Ao longo de uma carreira que já dura há mais de seis décadas, Williams atingiu o pináculo do sucesso na indústria cinematográfica. Com 5 Óscares da Academia, 4 Golden Globes, 25 Grammy Awards e 7 British Academy Film Awards, consolidou o seu lugar no panteão dos ícones culturais. 

Em jeito de homenagem ao octogésimo nono aniversário de John Williams, recordamos alguns dos seus trabalhos que, efetivamente, espelham a contribuição monumental que prestou ao mundo do cinema.

“Jaws” (1975)

Em “Jaws”, Williams estava a imitar (abertamente) a banda sonora de Bernard Herrman em “Psycho”, mas o melhor deste trabalho é que se trata dos sentimentos de antecipação.

Conseguem lembrar-se da música quando o tubarão ataca? Tudo o que importa é o medo do ataque do tubarão, o que torna a banda sonora de Williams duplamente genial: faz-nos ter medo de coisas que ainda nem vimos.

A mera visão de uma barbatana é aterrorizante, não obstante, a imagem é catapultada pelos arrepios proporcionados pelo compositor.

“Star Wars: Episode IV – A New Hope”  (1977)

Se tudo o que John Williams tivesse feito na carreira incidisse no tema principal de “Star Wars”, já seria suficiente para solidificar o seu lugar na história do cinema. Contudo, o facto deste trabalho ser um de muitos, é uma prova da genialidade de John Williams, e continua a ser uma das peças musicais mais influentes de sempre.

Se, em 1977, o público nunca tinha visto nada remotamente parecido com “Star Wars”, o tema inicial de Williams dava logo provas de que iam conhecer uma história enigmática.

Isso é a magia do cinema, pessoal.

“Indiana Jones and the Raiders of the Lost Ark” (1981)

Qualquer franquia centrada num personagem deve ter uma música inesquecível para que, sempre que for reproduzida, evoque os valores desse protagonista.

Na história do cinema, um bom exemplo disso recai nos filmes de Indiana Jones. “Raiders March” de John Williams, captura efetivamente o senso de aventura, perigo e charme que os filmes com Harrison Ford proporcionam.

Williams perdeu o Óscar de Melhor Banda Sonora Original com este trabalho para Vangelis, com “Chariots of Fire”. Mais uma escolha pouco ortodoxa da Academia.

“E.T. the Extra-Terrestrial” (1982)

No final dos anos 1970 e início dos anos 80, Steven Spielberg fez dois dos filmes de ficção científica mais otimistas de todos os tempos sobre uma visita alienígena.

Por melhor que seja a banda sonora de “Close Encounters of the Third Kind”, ao irradiar a admiração dos seres celestiais daquele filme, “E.T.” supera essa qualidade devido a uma reportório mais variado e eletrizante.

A longa-metragem está repleta de emoções, gritos e lágrimas, e Williams sublinha cada momento com gosto. A banda sonora, embora nunca enjoativa, tem uma euforia infantil, enquanto o compositor impregna as cenas com as emoções desenfreadas de Elliott, ao mesmo tempo que o jovem empreende uma aventura improvável para levar o novo melhor amigo para casa.

E, por fim, quando Elliott e o E.T. têm de seguir caminhos diferentes, Williams oferece um dos seus trabalhos mais emocionantes. Ao escutarmos esta despedida, podemos, invariavelmente, ativar memórias de infância – e o sistema hidráulico.

“Schindler’s List” (1994)

Considerada por muitos como a melhor banda sonora dos últimos tempos, “Schindler’s List” surgiu logo após a colaboração de Steven Spielberg e Williams em “Jurassic Park” – e o resultado não poderia ser mais oposto.

Para a banda sonora, seguindo a sugestão do cineasta, Williams contratou o violinista Itzhak Perlman.

O tema principal do filme, interpretado com tanta paixão e intensidade emocional por Perlman, é dolorosamente simples e comovente. Por este trabalho, Williams arrecadou o quinto Óscar da carreira.

“Harry Potter and the Sorcerer’s Stone” (2001)

Embora, tecnicamente, “Harry Potter” não tenha um tema principal, “Hedwig’s Theme” tornou-se associada à saga e continuou a ser usada em todos os filmes depois de John Williams a ter composto para “Harry Potter e a Pedra Filosofal”.

Williams escreveu várias músicas para o primeiro filme de “Harry Potter” – duas para Voldemort, duas para Hogwarts, duas para o conceito de amizade, uma para Quidditch, outra para a Diagon Alley, e por aí fora – mas “Hedwig’s Theme” é facilmente a mais memorável.

Williams usou um instrumento chamado celesta para criar aquele som mágico, etéreo e misterioso que o torna perfeito para a safa focada no feiticeiro com a cicatriz em forma de raio.

“Catch Me If You Can” (2002)

Williams levou 40 anos a estabelecer uma ligação próxima com o jazz nas suas bandas sonoras. Sucedeu em “Catch Me If You Can”.

Tal como Frank Abagnale, o protagonista do filme, a banda sonora é suave e divertida. O compositor também prega a tristeza no cerne da história, com algumas das cenas mais calmas de Leonardo DiCaprio a resultarem num uso mais eficaz da banda sonora.

Desta feita, em “Catch Me If You Can”, Williams apresenta um trabalho inédito e impressionante.

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