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Gemini Man: A tecnologia ajuda mas é Will Smith quem salva o filme

by Beatriz Silva

Gemini Man” (Projeto Gemini) conta com Will Smith no papel principal a dobrar, juntamente com Benedict Wong e Mary Elisabeth Winstead. Ang Lee senta-se na cadeira da realização do filme que promete tecnologia 3D+ HFR.

Provavelmente estão a questionar-se neste momento o que significa um filme ter este tipo de tecnologia. Por outras palavras, o 3D+ em HFR (High Frame Rate) – que está a ser considerado um “formato digital evolutivo” – tem uma velocidade de 60fps (frames por segundo). Isto vai fazer com que a experiência em 3D seja mais imersiva, tornando as imagens mais próximas do espetador. Por causa destas inovações, o filme esteve em desenvolvimento durante 20 anos, chegando finalmente aos cinemas.

Quando olhamos para a sinopse de “Projeto Gemini“, sabemos logo para o que vamos porque o conceito não é, digamos, novo. A história é sobre Henry Brogan, interpretado por Will Smith, que tinha como profissão ser um agente secreto/assassino de elite que acaba por descobrir algumas coisas sobre a sua última missão e toma a decisão de se reformar. 

Só que acaba por ter de adiar os planos da reforma porque descobre que os seus patrões estão a tentar matá-lo, enviando um agente para o efeito que é, nada mais nada menos, Junior (Will Smith 25 anos mais novo), um rapaz criado não só à sua imagem mas com o mesmo ADN – um clone, portanto, concebido pela empresa Gemini.

O bom da história do clone é que traz-nos então esta tecnologia tão badalada e para além disso podermos ver todos os efeitos que permitiram rejuvenescer Will Smith quase até aos tempos de adolescente dele. Se olharmos de repente, quase que ele podia voltar a fazer o Bad Boys (1995) com o mesmo aspecto de há 24 anos atrás.

© 2019 PARAMOUNT PICTURES. ALL RIGHTS RESERVED

Já vimos o ator em filmes como “I, Robot” e “I Am Legend“, onde Will Smith já provou que está bem no centro da ação e ainda bem, porque é mesmo ele que acaba por conseguir salvar o filme, entregando uma dupla performance cheia de garra e emoção, seja como Henry ou como Junior. E a transição entre os dois a nível de representação está bem feita, ao ponto de, lá está, ser quase convincente que estão dois Will ali – mas claro, nem sempre é perfeito.

Temos caras conhecidas como Benedict Wong, que dá o toque engraçado ao filme e Mary Elisabeth Winstead (para mim será sempre a Lucy McClane!) que até me surpreendeu no papel e na relação que construiu no ecrã tanto com Will como com Benedict. E, finalmente, Clive Owen, aqui a representar o vilão que não me convenceu de todo – mas com o argumento também não era difícil.

Como estava a referir, o filme realmente acaba por pecar muito no argumento que não chama à atenção e atrevo-me a dizer que é bem previsível. O final da história descobre-se rápido porque não há nenhum twist e mesmo o que podia ser quase considerado um, acabou por se tornar também ele bastante previsível. Quando parecia que a história até tinha um objetivo coerente como as questões dos clones e da guerra, caiu por terra com os diálogos e a concretização ao longo do filme e há cenas que se arrastam muito sem necessidade.

Em termos de efeitos visuais, houve momentos em que senti a tal imersão a nível de imagem que a tecnologia assim o permite, embora houvesse alguns arrastões de cores, o que poderá ser devido aos cinemas em si. Mas mesmo assim, não foi tão imersiva quanto estava à espera.

A realização de Ang Lee, em si, estava razoável mas gostava de destacar toda a cena de perseguição na Colômbia com as motas que está muito bem feita e que realmente entusiasma toda aquela ação, por estar bem coreografada e executada (com Will Smith a fazer a perseguição em dois papéis!).

© 2019 PARAMOUNT PICTURES. ALL RIGHTS RESERVED

Por outro lado, no final do filme, parece que se cansaram dos efeitos porque, à luz do dia, a figura de Júnior já não estava com tanta qualidade como no filme inteiro. Acredito que poderá ter sido por o cenário estar tão claro, visto que o filme inteiro foi passado basicamente em cenários mais escuros, o que provavelmente permitia uma melhor eficácia destes efeitos.

Resumidamente, “Projeto Gemini” não me surpreendeu minimamente e embora a tecnologia tenha estado presente em todo o filme, não fiquei perplexa com a mesma. Will Smith está muito bem na representação mas o argumento acaba por ser o principal vilão deste filme que podia ter sido muito mais do que foi.

No vídeo abaixo podem ver como foi feito todo o processo do 3D+

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