O quarto episódio de Game of Thrones já foi para o ar e envolveu muito sacríficio para as pessoas não o verem antes de tempo. Entre encontros familiares e alguns throwbacks a temporadas anteriores como já é habitual, “Spoils of War” aqueceu as almas dos espectadores de uma maneira épica.
Os Stark estão em Winterfell!
Pensar neste reencontro, só me faz lembrar de Catelyn Stark, quando teve de abandonar o Norte, dizer a Robb que tinha de haver sempre um Stark em Winterfell. Pois bem, com Sansa e Bran já de volta a casa, só faltava mais um elemento: Arya! É curioso ver as inúmeras referências que tem havido nos episódios da sétima temporada, especialmente à primeira temporada. A chegada de Arya a Winterfell não foi diferente quando os guardas não a deixam passar para entrar porque para eles, ela está morta e imediatamente somos remetidos à mesma cena em que os guardas não a deixam entrar em Kings Landing porque ela parecia um mendigo (tinha estado a perseguir gatos nas masmorras).
Foi ainda muito nostálgico ver as irmãs Stark a verem-se novamente à frente da estátua do pai que foi a última pessoa que esteve com elas da última vez que estiveram juntas. Enquanto isto acontecia, vemos Littlefinger a fazer o seu jogo duplo sem fim, desta vez com Bran, quando lhe dá a adaga de aço valiriano com a qual o tentaram matar após a sua queda (também na primeira temporada). E enquanto Baelish está no seu discurso sempre altamente dramático, vai dizendo: “To go through all of that and make your way home again only to find so much chaos in the world…”, ao que Bran prontamente respondeu “Chaos is a ladder”. Para quem não percebeu a referência, ela vem da terceira temporada, quando Peter Baelish conta a Varys que está a lançar o caos para conseguir chegar ao poder e diz:
“Chaos isn’t a pit. Chaos is a ladder. Many who try to climb it fail, and never get to try again — the fall breaks them. And some are given a chance to climb, but they refuse. They cling to the realm, or the gods, or love … illusions. Only the ladder is real, the climb is all there is.”
BUSTED.
E é assim que Littlefinger passa da sua expressão de nariz empinado para uma expressão completamente assustada com o que acabou de acontecer. Neste momento, só sinto um bocado de pena da Sansa agora por ela não saber qual dos irmãos dela é o mais creepy. Especialmente quando se reúnem os três, debaixo da árvore de Winterfell, e Bran faz questão de dizer a Arya que a viu na estalagem e que pensava que ela ia para Kings Landing ao que Sansa, muito inocentemente, pergunta o porquê e ele diz “Cersei it’s on her list”. Mega ar de “não sei bem o que dizer” quando a irmã lhe diz que maior parte das pessoas da lista já está morta.
Poor Sansa.
E depois claro que temos a batalha que não sabiamos que queriamos mas que adorámos que foi entre Arya e Brienne. Mais em modo de treino, foi como voltar a ter ali o Syrio (What do we say to death? Not today!) e foi rejubilador ver o quanto a menina de Winterfell que não queria ser uma lady evoluiu na luta, agora com as duas armas que os irmãos lhe deram, Jon (Needle) e Bran (adaga). Tal como Arya já tinha perguntado a Brienne quem a ensinou a lutar, foi a vez do feitiço se virar contra o feiticeiro, ao que ela responde prontamente:
No one.
E ficamos todos em êxtase sem ainda sabermos bem se isto significa o que estamos a pensar. Conseguimos perceber ainda que Sansa está cada vez mais parecida a Catelyn visualmente e Arya a Ned Stark.
Jon + Daenerys, e uma montanha em Dragonstone
Inverno em Winterfell, Verão em Dragonstone.
E quem é que viu a Dany a dar uma de Gossip Girl com a Missandei?
Passando à frente. Começo a não perceber qual é a panca do Jon levar sempre as raparigas para cavernas. Mas desta vez a razão não foi para trair os votos da Night’s Watch mas sim para mostrar as provas a Daenerys de que os White Walkers existem mesmo e que os Primeiros Homens e as Crianças da Floresta lutaram juntos contra eles. Para além de vermos imenso vidro de dragão nas paredes da montanha (Jackpot, Jon!), conseguimos também reparar nas espirais desenhadas como figuras rupestres, que nos faz lembrar algumas obras de arte dos mortos, como por exemplo:
Ainda não sabemos bem se esta informação é relevante. Poderá ser, mas não neste momento. Por enquanto, ainda estamos a jogar a guerra dos tronos.
Quando Daenerys já parecia convencida de que os White Walkers existem mesmo, ela disse a Jon que ia lutar por ele e pelo Norte… Se ele se ajoelhasse. Cheira-me que esta é a nova bitch phrase da Khaleesi. Jon diz-lhe que o povo dele não vai aceitar um líder do Sul ao que ela responde: “Isn’t their survival more important than your pride?” (o mesmo que Jon tinha dito a Mance na quinta temporada, quando tentou que ele se ajoelhasse perante Stannis).
Há também um momento muito subtil à saída da caverna em que Jon está a agarrar no fogo e Dany está no lado mais gelado.
A Song of Ice and Fire, ladies and gentlemen!
Mas quando Daenerys recebe as más notícias sobre o que aconteceu em Casterly Rock, é a gota de água. É a primeira vez que a vemos responder pior a Tyrion e por incrível que pareça, a primeira que ela aceita conselhos do Jon Snow.
“Enough with the clever plans.”
Agora é que vão ser elas!
Falta mencionar também o reencontro entre Jon e Theon que não correu bem, como esperávamos.
Targaryen vs Lannister, a batalha que deu em churrasco
Sim, todos rimos quando Bronn tentou fazer mais uma vez a piada com o nome do Dickon. Ou não.
No meio de Jaime ver se o ouro chega a Kings Landing para se pagarem as dívidas ao Iron Bank (porque os Lannister pagam-nas sempre, como já sabemos) e no meio dos protestos de Bronn por não ter sido recompensado ainda como deviam, ouvimos aquele típico do barulho do “vem aí porcaria”.
É muito recompensante e ao mesmo tempo assustador ver a linha de Dothraki ao longo do horizonte. E é muito engraçado quando Jaime diz tranquilamente que eles conseguem aguentá-los e do nada… Aparece Drogon e em cima dele, Daenerys.
Now sh*t just got real!
Ainda bem que espatifaram o orçamento todo nesta cena. Ver o dragão a lançar fogo e a destruir tudo, ao mesmo tempo que os dothraki sobem para cima dos cavalos para lançar flechas enquanto passam pelo meio do fogo… foi um espetáculo digno de se ver. Ver a Daenerys a dizer “Dracarys”, tentar perceber no que é que Jaime está a pensar quando decide enfrentar o que aí vem e rezar para que Bronn não acerte no dragão com a seta de Qyburn, tornam-se os main thoughts durante esta cena.
Trememos um bocado quando a primeira seta falha mas trememos ainda mais quando vemos a outra estar na mesma direcção que a boca de Drogon. Felizmente (SIM, FELIZMENTE), a seta acerta de lado, e Daenerys é obrigada a posar no meio da batalha com o seu bebé (que já não é nada disto, mas pronto) para lhe tirar aquilo. Tyrion está a ver tudo ao longe e sente-se impotente com o que está a acontecer. Mas cai-lhe tudo quando vê Jaime, o irmão que sempre acreditou nele, a cavalgar em direcção a Dany com uma lança. Ou por outras palavras, a dar numa de Kingslayer parte 2.
“Flee, you idiot!”
Ficamos todos um bocado de coração nas mãos porque não queremos que a nossa Targaryen morra, mas quando Drogon vira a cabeça e protege a mãe com uma chama, Jaime é salvo por alguém, talvez Bronn, e cai na água e aí o nosso discurso muda para “Não, Jaime, não podes morrer!!”.
Ficamos sem reacção, ficamos despertos, queremos ver mais e nem queremos acreditar que falta uma semana para podermos sentir isto novamente.
Foi um misto de emoções este quarto episódio (um dos mais curtos) e agora só nos resta preparamo-nos mentalmente para o quinto episódio, intitulado de “Eastwatch”: