Home FilmesCinema “Ford V Ferrari”: Toda a adrenalina sem sair do sítio

“Ford V Ferrari”: Toda a adrenalina sem sair do sítio

by Beatriz Silva

Os filmes biográficos têm sido uma constante e desta feita, “Le Mans’ 66” ou “Ford v Ferrari” conta a história de Ken Miles e Carroll Shelby que, juntamente com a Ford, ganharam a mais conhecida prova de resistência em França. 

Ford versus Ferrari. Dois grandes fabricantes de automóveis um contra o outro na mais conhecida prova de resistência do Mundo na competição automóvel. Para quem não gosta muito de corridas, este é um filme que vale a pena verem. Até porque este filme é mesmo feito de riscos e de ter a coragem de arriscar, até porque a Le Mans é uma corrida de 24 horas em que os pilotos e as suas equipas dão tudo por tudo.

Tudo começa com Henry Ford que, numa tentativa de sair da falência tenta comprar a Ferrari e é rejeitado, decide que quer participar nas 24 horas de Le Mans. Embora tivesse os meios para o fazer, faltava-lhe alguém que pudesse criar o carro mais rápido e alguém que o pilotasse, visto que a Ferrari era a principal vencedora nesta corrida.

Como tal, recrutam Carrol Shelby, interpretado por Matt Damon, que foi um dos pilotos americanos que conseguiu ganhar esta corrida. Para o ajudar nesta aventura, conta com o mecânico britânico Ken Miles (Christian Bale), conhecido pelo feitio complicado mas também por ser o mais eficaz para conduzir um carro a alta velocidade.

A relação Bale e Damon é simplesmente espetacular e maravilhosa de se ver. Os dois trabalham muito bem em cena, seja Shelby a querer voltar a sentir a adrenalina das corridas, agora que não pode competir e Miles que é um entusiasta e apaixonado por carros, sendo realmente bom a trabalhar neles e a conduzi-los, especialmente no Ford GT-40 que constroem em conjunto.

© 20th Century Fox/Big Picture Films

Posso ainda acrescentar que Christian Bale reinventa-se, no sentido em que tendo em conta os últimos papéis que fez envolverem mudanças físicas extremas por parte do ator, e que consegue brilhar ao dar-nos uma personagem intensa e com a qual até nos conseguimos identificar, até porque Ken Miles não era valorizado pelo trabalho dele, mas sim pela atitude e aparência.

Matt Damon traz-nos uma personagem mais sóbria, por assim dizer mas que tem a sua dose de intensidade. Ambos, proporcionam-nos também muitos momentos de pura gargalhada, até porque não é qualquer um que manda emoldurar uma chave de porcas! Resta só saber se a performance deles vai dar direito a que ambas as nomeações nos Óscares sejam para Melhor Ator.

Até os atores secundários aqui têm a sua importância, brilham nas suas cenas e ajudam a manter um track na história. Caitriona Balfe, num registo completamente distinto de Outlander, Jon Bernthal, Josh Lucas ou até mesmo Noah Lupe.

A edição do filme é algo que a mim se destacou bastante porque toda a adrenalina sentida na cadeira do cinema foi muito devido a esta tecnicidade que faz toda a diferença num filme destes aliado à grande realização de James Mangold que nos deu também um Logan já fantástico neste aspeto.  E nem me façam falar da fotografia que é maravilhosa quando pomos todas estas peças juntas.

A narrativa acaba por ser bastante interessante porque, lá está, conquista mesmo aquelas pessoas que até nem são fãs de corridas de carros e de algo que tenha a ver com isso e acabam por conhecer aqui um pouco de dois homens que deram tudo por tudo nesta corrida, um evento que ainda hoje é relevante para quem gosta de carros e um momento que ficou marcado na história.

É, sem dúvida alguma, um bom filme para se ver no cinema, mas também um bom filme para se ver em qualquer altura.

[penci_review]

Related News

Leave a Comment

-
00:00
00:00
Update Required Flash plugin
-
00:00
00:00