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Flow – Crítica Filme

A Aposta Indie do Mundo de Animação

by João Borrega

Foi com espanto para muitas pessoas quando, chegada a altura de nomeações e entrega de prémios, que o nome “Flow” tenha começado a circular livremente por muitas entidades votantes. Quase ninguém tinha ouvido falar deste filme e, no entanto, arrecada o Globo de Ouro para melhor filme de animação, ultrapassando “Inside Out 2” e “The Wild Robot”. De onde surgiu este filme?

Pois bem, “Flow” é o primeiro grande filme de animação vindo da Letónia e tem vindo a conquistar muitos corações com a sua história simples, directa mas encantadora.

No fundo, “Flow” tem todos os ingredientes necessários para ser um completo fiasco. Vejamos: 

  • É um filme de animação que não pertence a uma das grandes companhias deste género;
  • Com apenas de 90 minutos, sem qualquer fala de diálogo durante toda a sua duração;
  • Apresenta-se com um estilo de animação completamente fora do comum;
  • Vêm de um país não muito acostumado à divulgação e impacto internacional de produções cinematográficas. 

O filme conta a história de um gato que tem de enfrentar um dilúvio dentro de um barco, sendo que, apesar de todos os obstáculos, terá de tentar conviver com outras espécies inclusive um cão, um lémur e capivara.

Típica alegoria sobre a convivência social? Sim. 

Típica analogia para com a história da Arca de Noé? Claramente. 

Típica história simples mas que fará tudo para nos assaltar os sentimentos? Sem dúvida. 

Sem qualquer diálogo para entrelaçar as personagens ou avançar a história, “Flow” é sobre a aproximação em momentos de sobrevivência, em colocar de parte as divergências para um objectivo comum. 

Não se deixa alongar por momentos desnecessários ou caricaturas desmedidas. É um filme directo, que agradará os adultos, mas que se calhar terá de lutar um pouco mais para conseguir a atenção do público mais jovem. 

Porém, existe algo que pode ser visto tanto o ponto forte como o ponto fraco de “Flow” – a sua própria abordagem ao estilo de animação. Tal como a história que conta, a animação recebe também um tratamento simples, com pouco detalhe e refinação. Para muitos, será complicado desligar da mente que a animação poderia ser mais trabalhada, principalmente no que diz respeito aos traços das personagens e ao ambiente que as rodeia. 

Flow” é um filme demasiado doce para um mundo que está em constante revolta consigo mesmo. É um marco na cultura da Letónia (sendo que até já construíram uma estátua da personagem principal deste filme), e um filme que se destaca de todas as outras produções deste ano por ser o membro mais indie nesta corrida aos Óscares.

7.5/10

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