Ao longo dos anos, “The Simpsons” foi somando vários episódios dedicados à época do Halloween. No presente artigo, venho recordar alguns desses pedaços de arte, nomeadamente os que tenho como favoritos.
“Treehouse of Horror XXVII”
“Treehouse of Horror XXVII” começa com um aceno para “Hunger Games”. “Dry Hard” mostra o Sr. Burns a assumir o papel de responsável de uma Springfield pós-apocalíptica, onde as crianças devem lutar por uma oportunidade de ganhar um dia de diversão no seu reservatório particular. Naturalmente, Ralph morre antes do início da batalha.
“BFF R.I.P.” incide em Rachel, uma antiga amiga imaginária de Lisa, que mata os seus conhecidos de infância. O destaque primordial surge quando Rachel tem de lidar com o amigo imaginário de Homer, isto é, Sargent Sausage.
“Moefinger”, uma paródia de 007, completa o trio pouco memorável de histórias neste episódio, que acaba por ser notável na sua condição de 600º episódio da série.
“Treehouse of Horror XXVII” também faz com que Frank Grimes (ou “Grimey”, como ele gostava de ser conhecido) regresse na forma de fantasma. O personagem informa a família Simpson de que, no inferno, são todos obrigados a ver os seiscentos episódios da série por ordem.
“Man, who’d have thought a funeral for a couple of kids would be such a downer?” – Homer
“Treehouse of Horror III”
“Treehouse of Horror III” oferece uma das cenas mais conhecidas da história de “The Simpsons”. Em “Clown Without Pity”, Homer entra na House of Evil, e precisa desesperadamente de um presente de aniversário para Bart. Desta feita, o proprietário tem a ousadia de dizer a Homer que Krusty, a boneca que ele pretende comprar, não é propriamente adorável.
O episódio é brilhante. Desde a revelação de que alguém deixou a boneca Krusty virada para o “mal”, até ao destino final do brinquedo. “King Homer” é um retrocesso encantador ao clássico “King Kong”, que oferece aos argumentistas a oportunidade de tornar o macaco Homer imaculadamente estúpido e divertido.
“Your doll is trying to kill my husband! Yes I’ll hold.” – Marge
“Treehouse of Horror V”
Este episódio faz uma vénia a “The Shinning”, ao mostrar um Homer desvairado, que perde a cabeça ao saber que não há mais cerveja e TV. “Time and Punishment” brinca com o conceito do efeito borboleta, à medida que Homer altera continuamente o futuro ao espirrar em dinossauros e ao matar mosquitos graças à sua torradeira mágica.
Efetivamente, espero nunca viver num mundo em que Ned Flanders venha a assumir o controlo de tudo, e ainda ofereça um copo de leite, uma cama e uma lobotomia frontal completa aos cidadãos.
Finalmente, há a “Nightmare Cafeteria”, onde os professores resolvem os problemas de orçamento ao comer as crianças. O facto de todas as histórias deste episódio incluírem o jardineiro Willie a tentar ajudar e ser brutalmente assassinado, e concluírem com um número musical em que o clã Simpson tem a pele virada do avesso, torna “Treehouse of Horror V” uma verdadeira referência da série.
“Oh, relax kids. I’ve got a gut feeling Uter’s around here somewhere. After all, isn’t there a little Uter in all of us? In fact, you might say we just ate Uter and he’s in our stomachs right now! Wait. Scratch that one.” – Principal Skinner
“Treehouse of Horror IV”
A força motriz deste episódio está na primeira história. Desde a apresentação do saudável Ned Flanders na pele de Satanás até à exposição de Homer a comer um inferno de donuts (RIP, James Coco), “The Devil and Homer Simpson” continua a ser um dos melhores segmentos da série.
“Terror at 5½ Feet” e “Bart Simpson’s Dracula” completam o episódio de forma igualmente divertida, com referências a “A Charlie Brown Christmas”, “Twilight Zone”, ao Drácula de Bram Stoker e na abordagem de Super Fun Happy Slide.
“Mr. Simpson, don’t you worry. I watched Matlock in a bar last night. The sound wasn’t on, but I think I got the gist of it.” – Lionel Hutz
“Treehouse of Horror VII”
A ideia de Bart ter um gémeo do mal é, por si só, uma perspetiva assustadora, dado o comportamento já infernal do jovem. Mas “Treehouse of Horror VII” transforma essa premissa num mistério encantador, com o tipo de reviravoltas engraçadas e absurdas que só poderiam funcionar nestes ambientes não convencionais de Halloween.
Ter Lisa a criar uma sociedade à la The Twilight Zone, cria muitas oportunidades para humor e diversão em miniatura, com ela e Bart a representar “Deus” e “O Diabo” para os amigos liliputianos.
A história final é a sátira mais enérgica, incisiva e hilariante do cenário político americano. O segmento “Citizen Kang” é uma aula magistral na mistura de homenagens de ficção científica, observações específicas, mas universais, sobre o discurso político.
Esqueçam as eleições de novembro. Votem é já neste episódio de “Treehouse of Horror” como o melhor de todos os tempos.
“My fellow Americans. As a young boy, I dreamed of being a baseball; but tonight I say, we must move forward, not backward; upward, not forward; and always twirling, twirling, twirling towards freedom!” – Bill Clinton