Tyler Rake: Operação de Resgate (Extraction) chega já amanhã ao catálogo da Netflix e traz-nos a história de Tyler Rake, um mercenário que aceita uma missão de extracção, como o próprio nome do filme indica.
Vou direta ao assunto. Das coisas que há para destacar neste filme, Chris Hemsworth no papel de Tyler é uma delas, sem dúvida. Estamos habituados a personagens dele num registo totalmente diferente do que encontramos aqui mas já sabemos o que ele é capaz de fazer como ator. Neste filme, que não é bem sobre a sua personagem mas passa-se à volta da mesma, Chris entrega-nos cenas muito bem coreografadas e de um esforço físico que parece ter sido exaustivo. Bem, ele conseguiu que eu ficasse quase tão cansada como ele, sem me ter mexido 1/3 do que ele se mexeu.
O filme acontece num ritmo acelerado, oferecendo-nos um momento de descanso a meio para voltar a acelerar para a recta final, o que faz com que, quando as personagens “descansam”, nós também o façamos sem nos apercebermos.
A maneira como o filme foi gravado ajuda muito a esta sensação, fazendo-nos lembrar um “1917” tecnicamente com a intenção de fazer um oner, ou seja, parecer com que tudo seja um take, e bom exemplo disso são os minutos de fuga iniciais, creio que são 12, o que faz com que também sigamos sempre personagem principal, mesmo que ela não interaja connosco, lembrando o feeling que temos ao ver um streaming de um videojogo.
Tudo isto também é possível graças às coreografias de todas as personagens que acaba por tornar a própria cena bastante fluida, não fosse Sam Hargrave um stunt coordinator (o seu trabalho mais recente foi Avengers: Endgame, tendo também sido duplo de Chris Evans noutro filme da Marvel).
Nota-se que cartas é que Hargrave quis dar na realização de Extraction. Ele entrega-nos, como já referi, coreografias bem executadas, duas horas repletas de acção e uma cinematografia que ajuda a compôr tudo. Na produção, contou com os irmãos Russo, dos quais já conhecemos bem o trabalho na Marvel, e ainda o próprio Hemsworth.
Já o argumento ficou a cargo de Joe Russo, tendo sido baseado na graphic novel “Ciudad” mas não há muito a explorar sobre o mesmo, embora ainda se tente dar-nos um contexto do porquê de Tyler aceitar esta missão com flashbacks/“alucinações” desfocadas, mas, em bom inglês, it is what it: um filme de acção and it’s fine. Mas lá está, o que tem de acção e cenas mais “violentas”, disparos, explosões, fugas e afins, fica a pecar no sumo que podemos retirar da história quando não há isso tudo.
Extraction chega à Netflix com duas horas repletas de acção no dia 24 de abril.