Quando pensamos em filmes para ver em família, as escolhas normalmente são óbvias e recaem sempre sobre filmes de animação ou comédias divertidas que facilmente agradam a todos. Mas hoje não estamos aqui para agradar. Estes são o sumo dos filmes banidos em vários países, só para estômagos (muito) fortes. Vamos hoje falar-vos de dez filmes para NÃO ver em família – e, na realidade, apesar do buzz, podem até ser dez filmes para não ver de todo.
10. I Spit On Your Grave (1978)
Começamos com o filme I Spit On Your Grave, de 1978. Este conta a história de uma escritora que é sequestrada e violada por um grupo de quatro sádicos que a deixam à mercê da morte. Dotado de uma violência extrema e muito visual, é também considerado um dos filmes mais misóginos de todos os tempos – muito embora seja uma história de vingança no feminino. O filme já teve diversos remakes.
9. The House that Jack Built (2018)
Descrito pelo próprio Lars von Trier como uma celebração da ideia de que “a vida é má e sem alma”, The House that Jack Built foi a mais recente aposta do contorverso realizador. Com um elenco composto por nomes como Matt Dillon, Uma Thruman e Riley Keough, em The House that Jack Built acompanhamos o percurso de Jack (brilhantemente interpretado por Matt Dillon) ao longo de 12 anos. Jack é um serial-killer altamente inteligente, que tem por objectivo máximo executar o assassinato perfeito – sem deixar qualquer rasto. Inicialmente concebido para ser uma série de televisão, o filme acabou por estrear no festival de Cannes em 2017, tendo de imediato polarizado a crítica que apenas concorda numa coisa: The House that Jack Built é certamente um filme difícil de digerir.
8. Battle Royale (2000)
Neste filme japonês do realizador Kinji Fukasaku, basaedo na obra homónima de 1999 de Koushun Takami, quarenta e dois estudantes de um liceu japonês são forçados a competir pela vida durante três dias numa ilha deserta. Sem qualquer tipo de regra e com o objectivo de obter um único sobrevivente – ou a morte de todos, já que todos têm uma coleira de explosivos que detona ao sinal de desobediência. O resultado é um filme violento, extremamente gráfico, e que conquistou um estatuto de fenómeno cultural, sendo que até Quentin Tarantino o descreve como um dos melhores filmes das últimas duas décadas,em 2009. A Toei recusou a venda do filme a qualquer distibuidor americano com receio de potenciais processos judiciais, até que 10 anos depois do lançamento de Battle Royale a Anchor Bay Entertainment adquiriu o filme para um lançamento direct-to-video. Em 2003 foi lançada a sequela Battle Royale: Requiem, pelo filho de Kinji Fukasaku.
7. Raw (2016)
Raw foi um dos filmes mais falados de 2016. Depois da sua apresentação no Festival de Cannes, o filme da realizadora Julia Ducournau foi aclamado pela crítica, que o descreveu como sendo imersivo e provocante, capaz de ficar na memória por muito tempo depois de ser visto. Acompanhamos então Justine, uma estudante de veterinária criada como vegetariana, que após entrar na faculdade embarca num novo mundo, onde o vegetarianismo dá lugar a uma sede por carne crua. À medida que o desejo de Justine cresce, cresce também o desconforto da audiência que embora não obtenha o gore explícito que se antecipava, ainda se vê obrigada a desviar o olhar do écran por diversas vezes.
6. Hellraiser (1987)
Um clássico incontornável do realizador Clive Barker, Hellraiser é também causador de alguma contorvérsia entre críticos e espectadores. Baseado no livro The Hellbound Heart, também de Clive Barker, Hellraiser acompanha a história de Frank Cotton, que adquire uma relíquia em forma de cubo e cedo descobre que esta é muito mais que um mero objecto decorativo. Frank resolve o puzzle e abre o cubo, que em troca da sua alma o transporta para um universo alternativo, povoado por Cenobites – que condenam Frank a uma eternidade de tortura. A popularidade do filme valeu-lhe diversas sequelas, até 2018 quando foi lançado o último filme da saga, Hellraiser: Judgement.
5. Hostel (2005)
Este filme de 2005 foi a rampa de lançamento de Eli Roth no mundo do terror, depois de Cabin Fever. Encorajado por Quentin Tarantino, Roth escreveu e realizou Hostel, onde acompanhamos a história de três estudantes a viajar pela Europa, que ao encontrarem o infame Dutch Businessman embarcam num mundo onde empresários pagam para torturar pessoas das mais diversas formas. Dotado de violência gráfica extrema e muito gore, Hostel traz mais uma lufada de ar fresco ao subgénero de torture porn, fazendo deste mais um filme que não queremos ver em família.
4. Cannibal Holocaust (1980)
Um dos pioneiros do género found footage, que mais tarde pudemos apreciar em O Projecto Blair Witch e tantos outros. O enredo conta a história de um antropólogo enviado à Amazónia em missão de resgate, numa tentativa de salvar quatro colegas que filmavam um documentário junto de tribos canibais. O filme foi proibido em Itália, e vários outros países devido à violência gratuita e sexual, bem como devido à inclusão de seis mortes e violência real contra animais. Aos dias de hoje, algumas dessas proibições ainda se mantém.
3. Saló – 120 dias de Sodoma (1975)
Realizado pelo italiano Pier Paolo Pasolini, este é um dos filmes mais polémicos da história do cinema. Baseado numa obra do Marquês de Sade, retrata uma luta de classes na Itála de Mussolini, em que um grupo de quatro dirigentes fascistas sujeitam um grupo de jovens a inúmeras torturas durante 120 dias. Ainda hoje o filme está banido em vários países, e historiadores e críticos de todo o mundo continuam a debatê-lo, fazendo deste um filme intemporal e (muito) impróprio para ver em família.
2. A Centopeia Humana (2009)
Neste filme, um grupo de turistas é raptado por um lunático cientista, cujo propósito de vida é criar uma centopeia humana. Sofrem mutilações diversas, num filme propositadamente nojento, dada igualmente a sua “veracidade médica” (sim, aparentemente é realmente possível criar tal coisa). Ainda para mais, conseguiu dar origem não a um, mas TRÊS filmes (as chamadas sequências), que foram também banidas em vários países.
1. A Serbian Film (2010)
O supra-sumo dos filmes para não ver com a família. Aliás, para não ver – de todo. Grotesco ao mais alto nível, com um sem fim de cenas de violência gratuita, A Serbian Film relata a história de um actor porno falido, que é contratado para fazer um filme “artístico”. No decorrer do trabalho, é drogado e acorda dias depois para descobrir as atrocidades que cometeu, e que parecem um sem fim das piores coisas do mundo – desde homicídio a violação, numa espiral de demência e violência impressionantes.