Saoirse Ronan faz hoje 28 anos mas já desde os 14 anos que dá cartas no cinema, tendo sido nomeada já por 4 vezes aos Óscares. Para a parabenizar, deixamos aqui mini críticas de alguns filmes em que ela entrou.
Atonement (2007)
“Atonement” além de ser uma boa segunda colaboração entre Joe Wright e Keira Knightley (após “Orgulho e Preconceito“) foi um dos principais filmes que ajudou a lançar a carreira da jovem Saoirse Ronan (na altura com 12 anos). Esta é a história de dois amantes, Cecilia (Keira Knightley) e Robbie (James McAvoy), que no espaço de um dia vêm as suas vidas dramaticamente alteradas por conta de uma mentira de Briony (Saoirse Ronan), cuja imaginação excêntrica e motivos pessoais acabam por ter consequências para si e para a sua família.
O filme é engenhoso a estabelecer a trama e a deixar-nos envolver-nos aos poucos na parte pessoal de cada uma das personagens principais. “Atonement” está bastante leal ao livro, especialmente no que toca a mostrar o que cada uma delas sente e quais as motivações que guiam as suas ações em determinados momentos. Saoirse Ronan sem dúvida tem em mãos o papel da personagem mais complexa, interpretando de forma sublime uma criança com uma imaginação exagerada e cuja ingenuidade acaba por ser mais destrutiva do que ela desejaria.
The Lovely Bones (2009)
Depois de “The Lord of the Rings” e de “King Kong”, Peter Jackson decidiu realizar este “The Lovely Bones” – um drama sobre uma rapariga (Saoirse Ronan) que é assassinada e, presa no purgatório, terá de conseguir comunicar com a família para estes saberem quem a matou.
Com uma estrutura narrativa pouco eficaz e uma componente visual num limbo entre a beleza e a estranheza, a grande salvaguarda deste filme são as performances de Stanley Tucci (que obteve nomeação para Melhor Actor Secundário) e a nossa Saoirse que, com apenas 14 anos, já dava cartas e mostrava que tinha um futuro bastante promissor pela frente.
Hanna (2011)
Quando pensamos em Joe Wright, associamo-lo a dramas românticos de época como “Pride & Prejudice”, “Atonement” e “Anna Karenina”. Facilmente esquecemo-nos que em 2011 Wright realizou um filme de ação sobre uma criança treinada pelo pai para se tornar numa assassina de elite, com Saoirse Ronan no papel principal e Cate Blanchett como vilã.
O filme não é perfeito, estando melhor de um ponto de vista de realização que de argumento, mas merece ser visto porque é melhor que a maioria dos recentes thrillers de mulheres assassinas que se apoia demasiado em sedução e explosões. “Hanna” é um filme mais bruto e selvagem, assente no princípio de sobrevivência, com sequências de ação bem coreografadas e um ritmo por vezes galopante.
The Grand Budapest Hotel (2014)
Com um elenco gigante e com talento para dar e vender, tal como um realizador tão único como Wes Anderson, “The Grand Budapest Hotel” é um deleite para os olhos, com os seus enquadramentos simétricos e uma história tragicamente hilariante. De uma forma subtil, Saoirse Ronan desfila com uma presença doce, com uma personagem adorável e perspicaz, sendo ela o par romântico de uma das personagens.
Caricato, peculiar mas incrível, “The Grand Budapest Hotel” é perfeito para ver e rever, para submergir-nos no mundo encantado de Wes Anderson.
Brooklyn (2015)
Saoirse Ronan esteve nomeada em 2016, pela segunda vez e passados 8 anos desde a sua primeira nomeação, com “Brooklyn”. O filme explora a irlandesa Ellis Lacey, uma rapariga que vai para a América para encontrar uma oportunidade na terra delas. É lá que conhece o italiano Tony (Emory Cohen), mas algo acontece e ela tem de regressar à sua terra natal, fazendo-a repensar as suas escolhas.
Sem dúvida que Saoirse é quem dá alma ao filme com a sua interpretação de uma rapariga que só quer encontrar o seu lugar e viver um amor de verdade, mas que se vê confrontada com situações que vão mudar a sua vida. Uma representação emocionante que só a atriz poderia dar com tamanha simplicidade. De relembrar que a própria atriz tem família na Irlanda.
Lady Bird (2017)
“Lady Bird” também nos trouxe Saoirse Ronan para o papel da protagonista num filme também realizado por Greta Gerwig. Todo o filme vai em volta da sua personagem Christine, uma rapariga que se alcunha a si própria de Lady Bird, porque acha o seu nome aborrecido, e só quer mudar-se para Nova Iorque para concretizar todos os sonhos que tem.
O filme prende-nos em todos os instantes, muito graças à própria Saoirse e à sua interpretação “rebelde”, mas também a todos os atores com quem se cruza no filme como Beanie Feldstein, Laurie Metcalf e o próprio Timothée Chalamet.
On Chesil Beach (2017)
Primeira longa-metragem de Dominic Cooke, “On Chesil Beach” é um suave e melancólico desaire romântico na costa do sul de inglaterra, adaptado do romance de Ian McEwan pelo próprio escritor. Saoirse Ronan e Billy Howle interpretam um jovem par recém-casado no início dos anos ‘60, que cedo descobre na lua-de-mel que afinal talvez não tenham sido feitos um para o outro e que a relação não terá futuro.
As acusações tornam-se mais duras e o ponto de não retorno fica bem delineado, passando por temas como a intimidade no casal, a pressão social, a liberdade sexual e o preconceito de género. Nuances no diálogo, associadas a constantes flashbacks e mais tarde flash forwards, preenchem a vida das personagens, principalmente de Saoirse Ronan, para explicar que os eventos daquela fatídica lua-de-mel não dependiam só do momento mas da bagagem emocional de cada elemento do casal.
Mary Queen of Scots (2018)
“A acção do filme decorre no século XVI, quando Mary Stuart (Saoirse Ronan) regressa de França, país onde cresceu sobre a alçada da igreja católica, para Escócia, onde é a herdeira do trono por direito de nascença. Aqui, ela irá defrontar a Rainha Elizabeth I (Margot Robbie), sua prima e Rainha de Inglaterra, pelo domínio de todo o território.
Assim começa uma demanda de jogos políticos e interesses pessoais, uniões e rebeliões, estratégias e impulsos individuais que durou décadas e marcou a história de Escócia, sendo que os seus efeitos são ainda evidentes nos dias de hoje.
O grande destaque deste Mary Queen of Scots vai mesmo para as performances que encabeçam o filme. Saoirse Ronan volta a dar cartas com uma calculista e jovem Mary Stuart, mostrando que as suas 3 nomeações para os Óscares não foi uma mera fase.”
Mary Queen of Scots (Maria, Rainha dos Escoceses): Uma batalha real
Little Women (2019)
“Em primeiro lugar, este filme é a prova de que o elenco faz toda a diferença numa história destas. É preciso entregarem-se aos papéis, às emoções e personalidades associadas aos mesmos e integrarem-se no ambiente em que se passa a narrativa.
Somos apresentados a Jo March (Saoirse Ronan), que aparece pela primeira vez a vender as suas histórias para conseguir ajudar a sua família monetariamente mas sem assinar o seu nome por elas. A partir deste momento, toda a história se desenrola à volta dela e da família dela.
Como já referi, o elenco é das melhores coisas deste filme. Saoirse Ronan continua a provar o seu imenso talento, protagonizando pela segunda vez um filme de Gerwig, e entrega-se de corpo e alma à irmã diferente do grupo, a que não quer seguir as regras, acha que o casamento não é para ela, querendo apenas escrever.”
Little Women: Um elenco incrível num romance de derramar a lágrima