6 anos depois do grande final de “Breaking Bad”, Jesse Pinkman regressa ao nosso ecrã para um epílogo da série que promete satisfazer todos os fãs.
“Breaking Bad” é, para muita gente, considerada uma das melhores séries de sempre. E com bons motivos para tal – com uma escrita genial, um ritmo delicado, edição meticulosa e performances multi-galardoadas , nada ficava aquém das expectativas.
6 anos após o término da mesma, chega-nos agora uma continuação da história, desta vez focada na personagem secundária Jesse Pinkman (Aaron Paul).
“El Camino” retoma a história no momento em que termina na série televisiva. Aqui, vimos Pinkman a fugir no seu carro do local em que esteve enclausurado. Suspeito da matança causada por Walter White (Bryan Cranston) no último episódio, Jesse terá de fugir às autoridades e encontrar o seu futuro à medida que se vai conciliando com o seu passado.
Sem Cranston no comando, todo o filme recai sobre os ombros de Aaron Paul. E, a realidade, é que esta pode ser a sua melhor performance com esta personagem. Sem grandes diferenças físicas aparentes do que da última vez que o vimos, Pinkman aqui está mais maduro e ponderado, em contraste com o jovem impulsivo e irresponsável que era no início da série. E, em momentos de flashback momentâneos, conseguimos discernir bem as diferenças. Aaron Paul desliza entre as duas encarnações da personagem de forma exímia. Este é o seu papel, a sua segunda pele.
A coordenar Aaron nesta aventura temos o mestre por detrás de tudo, Vince Gilligan. No papel de realizador e argumentista, Gilligan volta ao seu “bebé” e cozinha para nós um episódio especial com 2 horas, recheado de trademarks semelhantes aos da série, com o mesmo ritmo e tensão tão característicos da mesma. Não é uma revisão, mas sim uma extensão de “Breaking Bad”.
Esta extensão é ainda mais aparente com todas as referências dadas a momentos já conhecidos do público. Seja personagens, frases, fotografias ou insectos, tudo está ali com um propósito, não tanto de nostalgia, mas sim de reforçar ideias e sentimentos de Pinkman.
O enredo continua certeiro e decisivo, com momentos mais alheios que, no fundo, terão sempre um payoff e um motivo de existir. Para alguns, o ritmo ponderado de “El Camino” poderá ser aborrecido. Para outros, será uma delícia e quase como um regresso a casa.
Porém, nem tudo é um mar de rosas. A grande crítica vai ao facto de se ter passado algum tempo entre a série e este filme e torna-se evidente na fisionomia de certas personagens. O mais aparente é no Todd de Jesse Plemons, que na série era um adolescente e agora encontra-se um homem encorpado, totalmente desconcertante para a audiência.
Certos momentos do filme não parecem ser totalmente satisfatórios, ao ponto de parecer que o filme, de uma ponta à outra, anda pouco e para lado algum. Entre uma viagem interior de Pinkman e uma curta viagem temporal e espacial, “El Camino” não almeja épico e fica um pouco a meio caminho de algo deslumbrante.
Contudo, não deixa de ser um belo filme, recheado de prazeres para os fãs de “Breaking Bad”. Com o intuito de terminar a história de Pinkman, “El Camino” é mais um regresso a casa e o abraçar de um amigo que já não vemos há muitos anos.
Já podem ver o filme aqui.