Don’t Look Up é novo trabalho de Adam McKay, depois do seu trabalho em Vice (2018), que conta com um elenco de outro mundo para nos entregar uma grande comédia com uma pitada de uma possível realidade.
Com estreia nos cinemas portugueses hoje, dia 8 de dezembro, mas com estreia prevista na Netflix para a véspera de Natal (dia 24), o meu conselho é que aproveitem para ir ver este filme a um grande ecrã se for possível.
Don’t Look Up começa com Kate Dibiasky, uma doutoranda que descobre que um cometa com um raio entre 6 a 9 quilómetros se dirige para a Terra e, em conjunto com o professor Mindy, acabam por descobrir a aterradora verdade de que é um cometa “destruidor de planetas”. Isto significa que têm apenas 6 meses para convencer tanto quem está à frente do país na política, como os cidadãos do mundo a agirem perante esta ameaça iminente.
Não podemos negar que o cometa é uma das grandes estrelas deste filme, não fosse o argumento do mesmo todo em volta dele. Contudo, um dos grandes destaques de “Não Olhem Para Cima” é mesmo o elenco maravilhoso composto por nomes de, também, grandes estrelas de Hollywood como Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Jonah Hill, Cate Blanchett, Timotheé Chalamet, Ron Perlman, Mark Rylance, entre outros.
Leonardo DiCaprio conquista-nos com o seu professor ansioso e envolto em cálculos mas que acaba por se tornar o cientista sexy e cara desta digressão mediática que se gera à volta do cometa, enquanto que Jennifer Lawrence nos entrega a jovem que vira um meme depois de demonstrar, de uma forma intensa digamos, que está assustada com toda a probabilidade de extinção do planeta. Também conseguimos olhar para Meryl Streep (a presidente do país) e Mark Rylance (o terceiro homem mais rico do planeta e CEO de uma grande empresa) e perceber algumas características satíricas que o filme nos apresenta da nossa atualidade.
Sim, porque embora o filme tenha muito exagero em tudo (apesar de não considerar a possível extinção da Terra um exagero, mas sim alarmante), é inevitável pensar que, em primeiro lugar, isto pode tornar-se realidade porque desconhecemos ainda muito do que se passa no espaço, e em segundo lugar, pensar nas reações que a própria política ou empresários teriam face a este evento. Será que a palavra de dois cientistas fariam toda a gente olhar para cima, para verem o que está a acontecer? É inevitável fazermos o paralelismo com algumas situações e temas bem atuais no nosso mundo.
Adam McKay faz novamente um excelente trabalho tanto na realização como na edição do filme, com a escolha de utilizar frames mais rápidos e planos mais fechados intercalados com paisagens lindíssimas em slow motion e ainda com algumas fotografias à mistura, assim como no seu trabalho todo de argumento que nos envolve totalmente no filme de tal forma que queremos mesmo saber qual será o destino deste planeta: terá salvação ou interesses maiores serão mais importantes?
Rimos de algumas piadas e situações mas acima de tudo, rimos quase de nervos porque vemos um desenrolar de situações como um grupo de pessoas com poder (seja político como financeiro) a tomar decisões super importantes que nos leva à pergunta anterior que coloquei. E, vá lá, a música de Ariana Grande não só nos proporciona um momento de muitos risos devido à sua letra e à mensagem que passa, como devia ser nomeada aos Óscares, não só porque merece, mas também para que possamos ver mais uma interpretação da mesma!
Resumindo, é o impacto visual, a representação e o trabalho de realização e argumento que me faz dizer-vos para irem ao cinema. Acredito que o filme na Netflix, para quem vá ver num ecrã de computador, possa perder algum impacto. Contudo, se esperarem por dia 24, usem o maior ecrã que tiverem!
Um filme a não perder neste mês de Dezembro!