Detective Pikachu é o novo live-action inspirado nos Pokémon, que fez a infância de muitos. É protagonizado por Justice Smith e conta com Ryan Reynolds a dar voz ao rato elétrico, PIkachu!
Quando puseram a ideia cá para fora de se fazer um live action baseado num jogo 3DS com o mesmo nome do filme mas que está relacionado com algo que fez tantas pessoas quererem ser Treinadores de Pokémon na vida real, pensámos logo que seria ambicioso.
Especialmente quando soubemos que o realizador ia ser Rob Letterman, conhecido por filmes como “Goosebumps” e “Monsters vs Aliens”.
Havia muita coisa para falhar, especialmente no que toca aos Pokémon em si. Embora o filme não seja o melhor live action já visto, no que toca aos efeitos visuais safou-se bem melhor do que esperávamos.
Mas atenção: Se nunca foste muito interessado neste jogo ou simplesmente não conheces de todo, há muitas referências e muitos Pokémon que não vais perceber nem conhecer. E o filme também não te vai dar um contexto no que toca a isto.
A história vai em volta de Tim (Justice Smith) que descobre que o pai morreu e então vai até Ryme City, cidade onde o pai morava para dar o último adeus. Aqui todos os humanos e Pokémon vivem em comunidade e são até mesmo parceiros.
Ficamos logo maravilhados ao ver uma cidade cheia de Pokémon da primeira geração, mas também dos mais recentes. Vemos Squirtles a apoiar os bombeiros, Charmander a dar fogo em restaurantes de roulotte na rua, e até mesmo a serem parceiros na polícia.
O pai de Tim, Harry, era um detetive e também ele tinha um parceiro Pokémon. Mas Tim ainda não tem um (ele nem um Cubone apanha, como vemos na cena inicial que está deveras engraçada, especialmente para quem conhece as carateristicas deste Pokémon).
Entretanto Tim encontra um Pikachu sem memória e com um boné de detetive e rapidamente vamos percebendo que ele era então o parceiro de Harry e que o detetive não morreu e então Tim e Pikachu vão resolver juntos o mistério.
Apesar de haver muitos Pokémon na cidade, há muito poucos que realmente protagonizam o filme. Um deles é Pikachu, claro, a quem Ryan Reynolds dá voz e que é realmente cómico, mas também chegamos ali a um limite em que mais valia estar ali o ator. Mas é um Pikachu muito diferente do que estamos habituados e que, por acaso, é viciado em cafeína.
Depois temos Mewtwo que tem um papel fundamental no filme e é mesmo com ele que o filme abre. E claro, Psyduck, parceiro de Lucy, uma repórter que ajuda os dois amigos a resolver o mistério.
Com isto também há referências que só um fã de Pokémon percebe como o facto do Psyduck explodir se se stressar demasiado ou até mesmo a história por trás do Mewtwo e das experiências que fizeram com ele – que ajudam a tornar o filme um pouco previsível.
Nota-se que nestes protagonistas, o detalhe nos efeitos visuais foi muito maior mas overall estão todos muito bem feitos e semelhantes ao jogo, o que nos faz ficar ainda mais nostálgicos quando vemos alguns, mesmo que por breves segundos como o Bulbasaur, a Jigglypuff, o Charizard, entre outros.
Para além de ser quanto baste previsível, o filme tem muitas falhas a nível de argumento e está um bocado atabalhoado. É daqueles clássicos de que dois adolescentes conseguem derrubar tudo e todos.
Mas depois há coisas que gostaríamos mesmo de ver como as batalhas de Pokémon que é um dos momentos mais entusiasmantes do filme e não temos oportunidade disso.
A nivel de representação, Justice e Ryan Reynolds têm uma química muito fixe mas ficamos a pensar que se Justice estivesse a protagonizar o filme sozinho, se calhar não teria corrido tão bem como correu. Até porque só faz sentido porque o Pikachu fala (muito) em vez de repetir Pika Pika tal como os outros Pokémon repetem o seu nome constantemente para comunicar.
Para além disso há alguma incoerência porque o foco está no mistério e mais nada mas saímos do filme com algumas perguntas mas também não ficamosa pensar muito nisso porque o principal está lá: dá para nos distrairmos um pouco, para nos rirmos e para ficarmos nostálgicos com os Pokémon.