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Dália e o Livro Mágico – Crítica Filme

by Catarina Seixas

“Dália e o Livro Mágico”, um filme de animação realizado por David Bisbano, autor premiado no universo da animação, chega às salas de cinema portuguesas no dia 1 de maio de 2025, para trazer vida, motivação e valores que, por vezes, são esquecidos. Apesar de ser um filme de animação dirigido a um público infantil, adapta-se perfeitamente a adultos. Na verdade, é uma das apostas mais adorável e encantadora que vi este ano. Além de estimular a nossa imaginação, através de uma narrativa simples e visualmente rica, faz-nos refletir sobre vários temas universais que são cruciais na nossa sociedade, como o luto, o “eu” (autodescoberta) e a capacidade de sair da zona de conforto, ultrapassando desafios e medos existentes apenas na nossa mente. 

Na história acompanhamos um famoso escritor que oferece à sua filha de 6 anos – a Dália – a oportunidade de criar uma personagem para o livro que está a escrever. A pequena, sem hesitar escolhe o bode, que é o seu brinquedo de peluche favorito. 

Anos mais tarde, com a morte do pai, Dália, agora com 12 anos, vê-se envolvida numa aventura dentro do livro que o pai nunca chegou a terminar. Forçada a entrar dentro do universo do livro, depara-se com as personagens a lutarem para se tornarem protagonistas da narrativa. Dália fica, assim, com apenas 12 horas, uma página em branco e uma caneta, para escrever o capítulo final e encontrar o seu próprio caminho (sozinha!). É nesta aventura que Dália tem de tomar decisões, que vão acabar por ajudá-la a perceber quem foram os verdadeiros amigos e os inimigos do pai.

O filme explora de uma forma muito simples e visual o poder da imaginação e da escrita criativa, principalmente quando vemos a pequena Dália perante desafios que a fazem refletir sobre os seus medos e as suas inseguranças. O livro inacabado é uma excelente metáfora, porque acaba por ser como um “espelho” do processo de luto e de crescimento pessoal, mostrando que, tal como na vida, cada um é responsável por “escrever”, ou por outras palavras, por delinear o seu próprio caminho. 

No que diz respeito à parte gráfica, “Dália e o Livro Mágico” destaca-se pelo design das personagens, no qual se vê um grande rigor e cuidado, e também pela riqueza dos cenários, que acabam criar um universo mágico e místico, o que ajuda a despertar a atenção do público e fá-lo entrar facilmente na aventura de Dália. David Bisbano, já premiado noutras produções, fez um trabalho notório na forma como conjuga cor, movimento, aventura, emoção e ação, tornando cada sequência única e memorável.

A dobragem portuguesa conta com as vozes de Luísa Sobral (num papel duplo enquanto Esther, mãe de Dália, e a Loba) e Madalena Almeida (Dália), que acrescentam profundidade às personagens e ajudam a criar uma ligação emocional com o público português. Na minha opinião, foi uma dobragem que ficou muito bem conseguida, que cria uma ligação e envolve-nos no filme com facilidade.

“Dália e o Livro Mágico” é um filme adorável, divertido, com muita aventura, emoção e alia a parte que para mim é a mais importante, deixa-nos uma mensagem inspiradora sobre a importância da leitura, da imaginação, da escrita criativa, da superação de desafios pessoais e da saída da zona de conforto. Todos estes fatores fazem parte do nosso desenvolvimento pessoal e devem ser valorizados. Já a imaginação, esta é, e será sempre, o nosso maior poder para enfrentar os desafios que a vida nos dá.

8/10

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