Doctor Strange in the Multiverse of Madness marca uma parte importante da Fase 4 da Marvel, onde realmente começamos a ir mais fundo no multiverso que já queremos desvendar há tanto tempo. As expetativas eram muito altas para este filme mas será que nos conquista a 100%?
Depois do tremendo sucesso de “Spider-Man: No Way Home”, sabíamos que com “MoonKnight” pelo meio, não íamos ter de esperar muito para saber como é que as coisas tinham prosseguido com Doctor Strange. E o hype com os trailers e com a promessa de que teríamos um filme completamente diferente de tudo o que já vimos da Marvel pelo seu género mais de terror deixou-nos muito entusiasmados.
Por alguma razão, controlei muito as minhas expetativas com este filme porque, lá está, íamos começar a desbravar este multiverso que, se não for bem explicado, pode correr muito mal. Mas também pode ser completamente o oposto e acabar por correr super bem.
Como não posso falar muito do filme com spoilers, porque acredito fielmente que vocês devem ter a experiência completa sem spoilers e evitando os leaks, diria para terem expetativas mas para não se deixarem consumir por elas. É uma experiência interessante, temos realmente um filme que, para quem conhece o estilo de Sam Raimi, não desilude nem nos poupa a umas quantas cenas mais dark, mas acima de tudo é uma boa sequela do Doctor Strange. Simplesmente, não sintam que este é um filme capaz de estar ao nível de um Avengers mas sim uma boa introdução para o que aí vem.

© Marvel Studios 2022. All Rights Reserved.
Se calhar, depois de ler isto, há quem me vá dizer que a introdução já foi há muito tempo e que as coisas já deviam estar mais avançadas mas sou totalmente da opinião oposta. Não quero que me introduzam o multiverso às três pancadas como se costuma dizer em bom português. Quero sim que, tendo em conta que temos 10 anos pela frente fechados de filmes da Marvel, que nos vão introduzindo as novas personagens para que possamos ter um futuro da Marvel sólido e consistente.
E por muito que achem que a Fase 4 começou mal com as séries, é um facto que há muitas delas, juntamente com os filmes, que são essenciais para chegarmos a este Doctor Strange.
Os efeitos visuais estão à altura do que já vimos nos outros filmes da Marvel (tirando ali a cena inicial mas depressa vai ao sítio) e como vi na versão normal, quero muito experimentar ver este filme em IMAX para ver se o impacto é totalmente diferente!
As representações dos atores principais continuam à altura, seja dos veteranos Doctor Strange e Scarlet Witch/Wanda Maximoff que aqui têm um arco narrativo bem desenvolvido para as suas personagens, como também o próprio Wong e Christine Palmer. A nova no grupo, conhecida por America Chavez, foi uma boa adição ao elenco e à história porque, não só conhecemos novos super poderes, como temos mais uma personagem que pode ser desenvolvida num futuro próximo.

©Marvel Studios 2022. All Rights Reserved.
Adorei a banda sonora e a forma como a mesma é trabalhada ao longo deste filme e Sam Raimi, o nosso querido realizador de The Evil Dead, Spider-Man (1, 2 e 3), Army of Darkness, entre tantos outros, deixa o seu toque em cada plano deste filme e na forma como vai explorando as personagens ao longo de 2 horas (que podiam ser bem mais facilmente), com momentos incríveis.
O argumento é a única coisa que, embora coerente do início ao fim, pode ser o calcanhar de Aquiles deste filme. Sinto que os fãs esperavam bem mais para o mesmo e que podem sair do cinema com a sensação de que podiam ter ido mais além ligeiramente.
Não li os comic books mas acredito que muitas das referências deste filme estejam presentes nos mesmos, por isso, quem os leu, vai acabar por sair surpreendido com algumas cenas e adorar outras, mas claro, também o público no geral acredito que vá reagir de forma entusiasta às mesmas.
Sinto honestamente que preciso de ir ver o filme uma segunda vez para absorver toda a informação que vi e recebi (consequências de entrarmos no Multiverso da Loucura assim de repente!) mas acho que o universo da Marvel continua a seguir um bom rumo, e principalmente, sem ter medo de arriscar por outros géneros que não sejam tanto aqueles filmes de super heróis a que estamos habituados. Este Doctor Strange é um game changer neste aspeto.
Não sou fã de dar logo uma nota a filmes que sinto que preciso de ir ver novamente mas cá vai:
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