O “novato” realizador de cinema, Samuel Bodin, apresenta-se ao mundo da sétima arte com Cobweb, um filme de terror que apresenta-nos um jovem rapaz de nome Peter que começa a ouvir barulhos vindo do interior das paredes. Aterrorizado, e sendo constantemente desvalorizado pelos pais no que toca às suas queixas e pesadelos, Peter com ajuda da sua professora Devine, tenta descobrir o que de tão terrível está a acontecer na sua família e especialmente, dentro da sua casa.
Quando entrei no cinema, esperava mais um filme de terror mediano e muito clichê. Mas a verdade é que à medida que o filme foi passando, eu acreditava que aquilo era algo fora do normal para os mais recentes filmes de terror. Não inova o gênero, nem pouco mais ou menos, mas fiquei com uma curiosidade bastante alarmante em saber que pessoas compunham este filme, especialmente, o realizador.
Samuel Bodin entra com uma promessa ousada e bastante peculiar para quem estreia o seu primeiro filme de sempre nos cinemas. Os seus planos de câmera, a captação de elementos, a partida, insignificantes mas que visto da construção do filme, fazem imenso sentido e dão mais uma leitura aquela cena.
O uso do som neste filme também é bastante impactante, visto que ele dá mais um reforço a tudo o resto que está acontecendo à volta, dando ainda mais medo ao espectador. Os sons de certos objetos são muito bem produzidos e bem misturados com o restante ambiente, que apenas nos resta escondermo-nos e esperar que o pior aconteça. E o melhor, é que por vezes acontece e outras não, o que atribui ao fator de imprevisibilidade mais uns pontos, e assim, o espectador por mais que tente prever o que acontece, nunca consegue acertar.
E isto também se aplica à narrativa do filme. Cobweb não se sustenta só com estes elementos que referi, mas a um guião bem elaborado e bem desenvolvido que nunca entrega aquilo que vai acontecer, tanto a nível de cena como de falas. É isto que o diferencia de um filme clichê de terror, que atualmente, estamos tão habituados a ver.
Um destaque também importante é à atuação de Antony Starr que faz o seu papel na perfeição. O espectador percebe do que aquele personagem se trata, e Antony não desilude com uma boa performance que também é sustentada por outros elementos técnicos.
Mas não vive apenas destes elementos bons. Uma parte negativa, na minha opinião, a duração do filme. E por mais que pensam que 1h30 é pouco, este filme aguentava-se muito bom com menos 15 ou 10m. O porquê? Porque ele parece que tem dois finais.
Não sei se é uma sensação devido a ter sido surpreendido por todos estes elementos, mas Cobweb, poderia ter sido finalizado com um final mais adequado ao desenvolvimento da história.
Resumindo, Cobweb é um filme de terror de 2023 surpreendente com elementos bastantes interessantes e um bom caminho para o mais novo realizador de cinema Samuel Bodin.