Home SériesSéries - StreamingNetflixCríticas Cobra Kai T4: Encerrar o ano com a melhor temporada da série

Cobra Kai T4: Encerrar o ano com a melhor temporada da série

Crítica Série

by Beatriz Silva

Haverá melhor maneira de terminar este 2021 do que com a 4ª temporada de Cobra Kai? Sem dúvida que o fenómeno tem vindo a crescer de temporada para temporada, desde que a série foi para a Netflix e quando pensamos que não nos conseguem surpreender mais… Entregam-nos uma 4ª temporada que eleva ainda mais a fasquia, deixando-nos a querer que a 5ª temporada venha já!

Não sabes que série é esta? Então espreita aqui as 10 razões para veres Cobra Kai!

(esta crítica NÃO TEM SPOLERS!)

Depois de um final de uma segunda temporada bem intenso com toda a luta na escola, tivemos uma terceira temporada em que a rivalidade entre Cobra Kai e Miyagi Do foi aumentando, chegando ao ponto sem retorno que foi o ataque na casa dos LaRusso.

Mas foi também no final desta última temporada que tivemos o inesperado que foi ver Johnny Lawrence e Daniel LaRusso a unirem forças (e dojos) para combater um mal maior: John Kreese, que regressou ao seu papel de 1984, os Cobra Kai e mais uma personagem do passado de seu nome Terry Silver que veio para nos criar muita ansiedade e dar novas rugas devido ao stress.

Mas como sempre foi dito (mas nunca feito), a luta decide-se no tapete e, por isso mesmo, o futuro dos três dojos, com o Eagle Fang de Johnny, depende de quem vencer o famoso torneio de All Valley,  o maior objetivo de todas as nossas personagens nesta temporada.

Cobra Kai faz o trabalho de casa porque consegue pegar em tudo o que aconteceu nas três primeiras temporadas e dar uma nova perspetiva e desenvolvimento interessante às personagens que já achávamos conhecer tão bem, não deixando nada ao acaso. Isto é realmente importante porque se antes tínhamos a representação de algumas delas de uma forma que nos deixava de pé atrás, aqui conseguimos ver um outro lado com o qual nos identificamos e criamos empatia.

Cobra Kai. (L to R) Ralph Macchio as Daniel LaRusso, William Zabka as Johnny Lawrence in Cobra Kai. Cr. Courtesy of Netflix © 2021

Adicionando a esta (des)construção da narrativa, o melhor desta temporada foi, sem dúvida, conseguir ver o melhor dos dois mundos de Johnny e Daniel seja a nível pessoal como também na maneira como ensinam karaté e como, mesmo com as suas diferenças todas, conseguem ir aceitando e respeitando a maneira de ver um do outro (não esquecendo as suas turras). Para os fãs de Karaté Kid, ver esta rivalidade a ser trabalhada para servir um propósito maior fez todo o sentido para o caminho que Cobra Kai pretende seguir, porque embora eles sejam uma parte essencial da história, os seus legados e a próxima geração de karaté também o são.

Para além disto, o desenvolvimento das histórias de todas as personagens sem exceção, sejam as principais como também as secundárias que vão surgindo cada vez mais na história (e ainda de novas personagens), foi super bem conseguida porque nem sempre uma luta de karaté consegue fazer ultrapassar a dor interior com que muitos deles vivem.

A Tory (Peyton List), nesta temporada, ganhou grande destaque porque finalmente se dedicaram a explicar um pouco do que ela sente ao ter de lidar com todos os seus problemas familiares e como é que isso influencia as suas decisões no dia a dia. Acredito que esta personagem vai ter um foco ainda maior na próxima temporada, tendo em conta o que vimos.

Também o Robby (Tanner Buchanan) tem de aprender a lidar com a dualidade na sua vida de ter o coração num sitio mas deixar-se dominar por outros valores que acabam por não corresponder à pessoa que ele quer ser, perdendo-se no caminho. Sendo filho do Johnny Lawrence, acho que há muito espaço ainda na série para que esta relação cresça, de forma a termos muitos momentos épicos com estes dois.

Cobra Kai. (L to R) Tanner Buchanan as Robby Keene, Peyton List as Tory Nichols, Martin Kove as John Kreese in Cobra Kai. Cr. Curtis Bonds Baker/Netflix © 2021

No caso de Samantha (Mary Mouser) e Miguel (Xolo Maridueña), é explorado um pouco mais de como é que eles se sentem depois dos ataques e lesões e como é que vão ter de enfrentar os seus maiores medos de frente para encontrarem o seu próprio caminho e tomarem as suas decisões com o que vão aprendendo nos dois estilos de karaté que aprenderam.

Não quero deixar de realçar que o Demetri e o Hawk foram duas grandes surpresas desta temporada e mal posso esperar para ver o que o futuro reserva a estes Binary Brothers! Mas é inegável que, mesmo com estas boas surpresas, o outro grande destaque da temporada é Terry Silver com a sua maneira de treinar os Cobra Kai e a sua ligação com Kreese. Preparem-se, momentos (in)tensos com ele não faltam, não fosse ele o maior defensor dos valores do seu dojo assim como um dos “traumas” de infância de Daniel LaRusso.

Todos têm algo em que trabalhar nas suas personalidades e vidas (refiro-me mesmo a todas as personagens da série) e inevitavelmente isso vai acontecendo nesta temporada, seja com as lições que tiram do dia a dia mas também com os ensinamentos dos seus senseis nos treinos de karaté. E até mesmo com aquelas personagens que nem gostamos muito, sentimos sempre alguma coisa, acabando por sofrer com eles ou torcer por eles.

Como sempre, há uma grande banda sonora a acompanhar todos os momentos mais nostálgicos e mais intensos!

Uma série de karaté não é a mesma coisa sem algumas lutas aqui e ali. E deixem-me que vos diga, foram uma delícia de se ver nesta temporada de tão bem coreografadas que estavam! Vibrei com cada soco, pontapé e rasteira.

E é isto que faz desta temporada a melhor de todas porque Cobra Kai vai crescendo com os seus acontecimentos e com as suas personagens e amadurecendo na maneira como apresenta as coisas, sabendo onde tem de se focar e, ao mesmo tempo, dando o que os fãs querem ver. Fico feliz que ainda tenha um futuro pela frente, porque há muita coisa ainda para ser explorada, e é capaz de ser um dos casos em que a Netflix estar a 100% com a série, foi o melhor que aconteceu.

E talvez na 5ª temporada esteja a escrever que é a melhor temporada de sempre.

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