Chucky, o boneco diabólico e assassino está de volta para Child’s Play que tem estreia marcada para 18 de julho. Há algumas diferenças que separam este filme do dos anos 80 de Tom Holland mas claramente que este tem a premissa de nos fazer rir desde o primeiro minuto.
Mesmo para quem nunca viu o filme de 1988 de Tom Holland, de certeza que sabe quem é o boneco Chucky. Há algumas diferenças deste filme para o que estreia esta semana nos cinemas, sendo duas delas a maneira como o boneco ganha vida e a própria aparência do mesmo.
Sendo que estamos numa geração muito ligada à tecnologia, faz sentido que este boneco diabólico ganhasse vida através da mesma, sendo um boneco com inteligência que, neste caso, consegue ligar-se a outros dispositivos que usem a mesma tecnologia, que aqui são da Kaplan. Classy Black Mirror. Em 1988 tínhamos tudo a mente de serial killer passada para um boneco que procurava novamente um corpo humano.
Aqui mantivemos toda a história da mãe solteira Karen Barclay, desta vez interpretada por Aubrey Plaza, que trabalha na loja onde se vendem os Buddi, o boneco que promete ser o melhor amigo das crianças. Quando um dos Buddi é devolvido, Karen leva-o para casa para oferecer ao seu filho Andy (Gabriel Bateman) que não praticamente amigos.
Assim que Andy liga o novo boneco e tenta dar-lhe o nome de Han Solo e o mesmo refere-se a si próprio como Chucky, que o rapaz começa a perceber que este tem defeitos, embora não queira que a mãe o devolva porque afinal de contas, está ali o seu novo melhor amigo. Para além disto, ele vai descobrindo que Chucky (Mark Hamill) vai aprendendo movimentos que ele faz e que até diz asneiras (que não era suposto, mas retiraram o inibidor de violência a este boneco).
Mas alguns movimentos podem ser perigosos para Chucky aprender, especialmente os de filmes de terror que envolvam facas e qualquer tipo de morte. E claro, ninguém pode magoar Andy e toda a matança do boneco vai em volta deste mote – um rumo completamente diferente do original.
Este filme é de terror mas quase que nem se pode considerar tanto isso, porque claramente que Child’s Play também se assume como comédia – porque claramente o é. No início, as piadas não me estavam a arrancar nenhuma gargalhada, mas à medida que o filme se ia desenrolando com a aprendizagem de Chucky, também foi ficando mais fácil rir.
E também nos traz uma dualidade ao longo do mesmo porque ficamos sem saber se estamos a criar empatia com o boneco, especialmente com a relação dele com Andy ou se devemos ficar preocupados com o mesmo, visto que o boneco dele dá numa de serial killer.
Quanto às personagens, não achei que a relação mãe-filho resultasse assim tão bem embora tivesse gostado muito da química entre Aubrey e Gabriel. Só acho que ele teria de ser um pouco mais novo para encaixar melhor. Não obstante, Aubrey desempenha o bom papel de mãe, e Gabriel é o que mais surpreende com a sua capacidade de ser tímido mas corajoso ao mesmo tempo.
E é muito bom sentir que embora saibamos que é Mark Hamill a dar voz a Chucky, não parece nada que é, excepto em algumas expressões ditas de algumas maneiras em que pensamos “yup, imagino o mark a dizer isto assim!”.
O argumento não é espetacular mas está ajustado com o estilo de filme e com a altura em que é feito este reboot. O filme para além disso teve problemas de ritmo, demorando o tempo necessário para se construir a relação entre os dois amigos mas quando passou à parte da acção, passou-se tudo demasiado rápido, tendo um final super abrupto e despachado para o ritmo que o filme levava inicialmente.
Se forem fãs do franchise e tiverem com imensas expetativas, é melhor não irem com elas muito altas. Se forem como eu que pouco ou nada viu deste franchise, então se calhar até vão ficar surpreendidos. Não no sentido de “é maravilhoso” mas mais no “está ok, vê-se e diverte”, porque é isto mesmo, gera entretenimento, o que nem sempre é mau.
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