Berlin está de regresso à Netflix, mas desta vez não vem com o bando de La Casa de Papel mas vem sim mostrar-nos os seus tempos áureos, onde o dinheiro e o amor representam uma dualidade interessante para esta personagem.
Conhecemos o Berlin (Pedro Alonso) em 2017, quando aceitou fazer um dos maiores assaltos já visto no bando do seu irmão, o Professor, e mesmo estando a representar um ladrão, foi inevitável apaixonarmo-nos pela personagem dele, e por isso mesmo, foi uma profunda tristeza o final da primeira temporada (quem não viu, vai dizer que é spoiler mas vá, já passou uma pandemia pelo meio, já houve tempo para ver!)
Tantos foram os pedidos, que agora esta personagem leva-nos consigo a “solo”, porque vai acompanhado do seu próprio bando, para fazer um dos assaltos do século: roubar 44 milhões de euros apenas numa tarde. Para quem viu La Casa de Papel, vai perceber quando digo que Berlin me fez lembrar exatamente dos tempos áureos da primeira temporada dessa mesma série, antes de começarem a esticar a corda e parecer tudo demasiado forçado.
Sabemos também que a personagem do Berlin sempre foi meio “ríspida” no que aos assaltos e incrivelmente astuta, mas neste spin-off, vemos que o amor, esse sentimento arrebatador, lhe vai trocar as voltas. Embora quando se trate de dinheiro, o Berlin parece que fica sóbrio do nada a meio de uma bebedeira. Ai que saudades que já tínhamos do nosso Berlin!
É sem dúvida uma personagem inebriante que Pedro Alonso interpreta. Não sabemos se é o lado estrategista, o lado de romântico incurável, ou o lado mais charmoso da mesma que nos cativa em todas as cenas em que ele aparece. Assim fica difícil não torcermos pelo ladrão.
Relativamente ao bando dele, temos 5 novos elementos: o Roi (Julio Peña Fernández), o Damián (Tristán Ulloa), a Cameron (Begoña Vargas), o Bruce (Joel Sánchez) e a Keila (Michelle Jenner). Quanto ao Damián, para além de Berlin, um professor (irónico, não é?) mas também a mastermind por detrás de todo o assalto à leiloaria que estão prestes a fazer e um grande amigo nosso ladrão favorito. Keila é o génio da engenharia eletrónica. Roi é quase como se fosse o filho adoptado de Berlin que ele quer proteger a todo o custo. E Bruce e Cameron acabam por tratar da parte mais técnica de um assalto – até porque não é preciso serem todos grandes estrategistas e génios.
Acabei por gostar de todas as personagens, porque cada um deles têm uma história/situações de vida que os leva até aquele momento mas, acima de tudo, a ligação que criam entre eles, acaba por ser o mais interessante de se acompanhar.
Assim que soube que este spin-off ia acontecer, eu celebrei. Queria muito ver um assalto feito pelo Berlin, como é que ele faria as coisas sem estar sempre com o Professor a controlar os seus passos e, especialmente, sem a sua doença. Queria ver qual era a história de amor que iam trazer para ele que, deixem-me que vos diga, a Camille foi uma ótima escolha também por causa da sua própria dualidade com o amor.
O assalto em si, nota-se que há um plano mas também há algumas coisas que sabemos que são irrealistas e é mesmo isso que acompanhamos nos primeiros episódios, mas depois também há claro o pós-assalto, onde as coisas se complicam e onde voltamos a ver caras conhecidas.
Resumindo e concluindo, achei que a série está muito bem concretizada para o que é, e apesar de não nos dar tanta tensão como a série original nos deu, dá-nos um desfecho interessante para o Berlin e acho que até podíamos ver muito mais dele no futuro (pré La Casa de Papel), é divertida e vê-se super bem em 1 ou 2 dias. Perfeita para acabar este final de ano em grande companhia!