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Black Panther: Wakanda Forever – Crítica Filme

by João Borrega

Seja um veterano no que toca à MCU ou um novo aficionado, é fácil perceber que esta nova fase deste universo tem sido a mais dequilibrada de todas. Muitos projectos ao mesmo tempo, sem estarem todos ao mesmo nível de qualidade esperado, levou a que muitos se perguntassem se seria este o rumo que a MCU iria seguir daqui para a frente.
“Black Panther: Wakanda Forever” veio pegar em todos os nossos receios e atirá-los borda fora.

Com o súbito falecimento do carismático Chadwick Boseman em 2020, o estúdio da Disney viu-se confrontado com um desafio herculeano – o que fazer quando uma das principais estrelas do nosso universo já não está entre nós?
Resposta – interligar meticulosamente a realidade com a ficção. Resultado – um dos filmes mais emotivos e sóbrios que a Marvel alguma vez nos ofereceu.

Este filme que finaliza a Quarta Fase da MCU, foca-se na Rainha Ramonda (Angela Basset) e Shuri (Letitia Wright), juntamente com o povo de Wakanda, processam o desaparecimento do Rei T´Challa e como poderão lidar com a perda e seguirem em frente com as suas vidas. Ao mesmo tempo, o momento de luto é quebrado quando Wakanda se vê ameaçada pela descoberta do povo de Tulacan e de Namor (Tenoch Huerta), que fará de tudo para que o seu império seja soberano.
Todas as interpretações são óptimas, com alguns destaques que merecem ser mencionados: Letitia Wright passa de papel secundário para protagonista e, apesar de não ter tanta presença quanto Boseman, faz um excelente trabalho em vestir o manto; e Angela Basset, uma estrela lendária do cinema que serve de ponte entre o primeiro filme e esta sequela de um modo que dificilmente outra pessoa conseguiria fazer.

Apesar destas duas performances mais evidentes, todo o elenco faz um excelente trabalho, apesar de alguns merecerem mais tempo de antena do que aquele que lhes foi dado (especialmente M´Baku de Winston Duke, que volta a ser uma lufada de ar fresco cada vez que aparece no ecrã).

Tenoch Huerta Mejía as Namor in Marvel Studios’ Black Panther: Wakanda Forever. Photo courtesy of Marvel Studios. © 2022 MARVEL.

Tenoch Huerta ainda é recente pelo grande ecrã, mas depressa demonstra com o seu Namor que tem muitas cartas para dar. Namor é um vilão capaz, com uma forte motivação através da qual o espectador consegue compreender todas as suas acções. Não será dos vilões mais memoráveis de sempre, mas é competente o trabalho de Huerta e torna-se uma nova aposta segura para Hollywood.

O realizador Ryan Coogler, que volta a colaborar com o compositor Ludwig Goransson e a trabalhar pela primeira vez com o cinematografo Autumn Durald Arkapaw (segundo projecto deste com a Marvel depois de ter filmado“Loki”), demonstra novamente que é uma forte voz no mundo do Cinema. “Wakanda Forever” é um filme bonito e as suas imagens vibrantes são acompanhadas por uma banda-sonora que expande o que Ludwig apresentou no filme antecessor.

Coogler oferece uma sequela que é tanto um filme isolado, uma continuação das consequências de filmes anteriores, uma observação ficcional sobre emoções vividas na realidade e um propulsor para o futuro da MCU, tudo numa só embalagem.
E, com tanto que quiseram alcançar, é evidente que nem tudo saiu como eles queriam.

Para fomentar o futuro da MCU, são introduzidas personagens que desviaram a atenção para histórias paralelas ao núcleo do filme e infelizmente não são os momentos mais cativantes de “Wakanda Forever”. Seja o regresso de Martin Freeman ou primeira participação de Dominique Thorne como Riri Williams, nem tudo flui com suavidade e essas presenças mais pareciam contratualmente obrigatórias para a Marvel e não para a história que Coogler queria contar.

Isto ainda realça mais quando o filme é mais longo que aquilo que tem necessidade de ser. A rondar as 2 horas e 40 minutos de duração, é fácil perceber onde poderia ter sido limado (seja no argumento ou na edição), para conseguir dar-nos uma experiência mais concisa e impressionante.

“Black Panther: Wakanda Forever” é um filme emocional e emocionante. Com um perfeito equilibrio entre reflexão, humor e acção, esta é uma bonita homenagem a Chadwick Boseman e a forma ideal de terminar esta fase da MCU para nos deixar esperançosos para o que aí vem.

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