Foi uma longa espera que agora terminou. Avengers: Infinity War chega aos cinemas e promete corresponder a todas as expectativas dos fãs do Universo Marvel.
Por muitos trailers que tivéssemos visto, nada nos prepara para o que vemos neste filme. Chegou a altura de celebrar 10 anos da Marvel, ou seja, 10 anos desde que o primeiro Iron Man estreou. Desde então fomos prendados com 18 filmes de super heróis aos quais nos afeiçoámos, admirámos e acima de tudo, experienciámos todas as suas aventuras como se fossem as nossas.
Conhecemos cada uma das personagens, temos favoritos e já os vimos a batalhar entre si. Individualmente, cada um foi conquistando o seu espaço e momento nas fases do Universo Cinemático da Marvel e todos os acontecimentos culminaram, dez anos depois, neste filme que nos traz a maior ameaça de todas que, apesar de escondida, esteve sempre presente.
In time, you will know what it’s like to lose. To feel so desperately that you’re right. Yet to fail all the same. Dread it. Run from it. Destiny still arrives. – Thanos
Chegou a altura de Thanos, o vilão pelo qual esperámos tanto tempo, aparecer finalmente para criar destruição por onde passa, tudo para que possa restabelecer o equilibrio no universo que está a ser ameaçado pela sobrepopulação, como ele acredita, sendo a solução eliminar metade do mesmo. O mais assustador é que ele tenciona fazer isto num simples estalar de dedos.
Inevitavelmente, ele é a personagem principal do filme porque toda a narrativa, toda a ação e toda a motivação gira em volta dele. Josh Brolin assume o titã louco de tal maneira que nem vemos o ator por detrás da personagem. Estamos focados no supervilão e em tudo o que ele é capaz de fazer para conseguir o que procura: as seis Infinity Stones, pedras formadas durante a criação do universo. Com Thanos, vem também a Black Order que nos traz os fiéis súbditos mais badass que já vimos.
Antes de Infinity War, já sabíamos do paradeiro de algumas pedras: a da Mente, que está na cabeça de Vision; a do Tempo, que se encontra protegida pelo Doctor Strange; a da Realidade, que foi dada ao Coleccionador; a do Espaço, que Loki trouxe consigo de Asgard (dentro do Tesseract); e a do Poder, que está em Xandar. A única pedra que não sabíamos onde estava até agora era a pedra da Alma.
A questão é que quem tiver as seis pedras em sua posse, detém o poder supremo do universo, e é exatamente isto que Thanos ambiciona e em que baseia todo o seu plano, custe o que custar.
E claro, não podemos falar destes acontecimentos todos sem falar no crossover que nos faz rejubilar de alegria: afinal de contas, os nossos super heróis todos juntos num só filme é motivo de celebração, especialmente num que está tão bem conseguido e distribuido de forma inteligente. Cada um dos personagens encontra-se com outros pelos motivos certos mas em circunstâncias inusitadas, dando origem a muitas das cenas cómicas do filme devido ao facto de maior parte não se conhecer.
Apesar de os Vingadores se terem separado e estarem geograficamente distantes uns dos outros, é óptimo voltar a vê-los lutar pelo mesmo objetivo, com pessoas diferentes ao lado deles. O Iron Man, deparando-se com a situação que o atormenta há seis anos, vai ter de aprender a trabalhar com novos aliados e planos que não são feitos à maneira dele; Thor e Hulk, que estavam juntos na queda de Asgard, seguem caminhos diferentes para combater o novo vilão da melhor forma que sabem; e finalmente, Captain America e Black Widow também se juntam à luta, apesar de o capitão ter deixado o seu símbolo para trás e agora só se apresentar como Steve Rogers, mas rapidamente percebe-se que é uma peça fundamental do puzzle, tendo em conta os acontecimentos.
Para além dos Vingadores originais, podemos ver mais das artes místicas de Doctor Strange, especialmente agora que se encontra em perigo, perceber como é que a relação de Vision e Scarlet Witch evolui depois de Civil War, ver o Spiderman a querer tornar-se à força toda num Vingador, rir à conta dos Guardiões da Galáxia compostos por Gamora, Drax, Star-Lord, Groot, Rocket e agora Mantis, e, claro, temos a oportunidade de voltar a Wakanda dois meses depois para ver o Black Panther e as tribos em acção.
O melhor disto tudo, é que cada um tem espaço para interagir e mostrar que não são só uns que detêm o estrelato: todos ganham justamente o seu momento para demonstrarem as suas caraterísticas, poderes e opiniões mas também para nos deixarem ainda mais entusiasmados porque é só épico ver todo este elenco junto no mesmo filme unidos para lutar contra Thanos.
Claro que com demasiadas personagens há demasiada coisa a acontecer. Temos a sensação às vezes que o tempo em cada uma das cenas é pouco e que queriamos ver mais de cada um e por vezes até sentimos que estamos a ver vários filmes diferentes num blockbuster com B grande, mas não há qualquer problema nisso.
Os irmãos Russo descobriram a fórmula para fazer um filme deste universo vibrante, apesar de todos os riscos que correram. É um filme que nos entretém, que nos faz sofrer, que nos faz rir, que nos entusiasma e que nos deixa intrigados, ao ponto de não termos qualquer tipo de reacção quando chega à cena final mas ao mesmo tempo termos demasiadas emoções que precisam de ser extrapoladas imediatamente. Os efeitos visuais estão como se quer, a banda sonora é espetacular e até mesmo todos os fatos foram melhorados para que possamos ter tudo o que merecemos ver.
Avengers: Infinity War é tudo o que podíamos esperar e ainda mais e faz sentir que o próximo ano vai demorar muito a passar mas que a Internet se vai encher de teorias para tudo o que aconteceu aqui. Sem dúvida que há tempo suficiente para ver o filme mais do que uma vez.