Como já referido anteriormente, foram 22 filmes e 11 anos de história deste grande universo que é a Marvel. Depois de todas as aventuras, chegamos agora a Avengers: Endgame que, embora não seja o último filme da Fase 3, representa o fim de uma era.
Não fui fã da Marvel desde sempre. Via os filmes sem grande atenção e comecei muito tarde a ser curiosa sobre este universo. Mas foi um filme dos Avengers que me puxou a atenção para isto que é o fechar, como quem diz, de mais de 10 anos de histórias, aventuras, emoções, teorias e não só.
Depois dos eventos de Infinity War, conhecemos o vilão que nos andou a atormentar durante anos (a nós e não só) e que nos destroçou nos últimos minutos do filme com o seu tão famoso *snap* com as Pedras que também nos deixaram intrigados durante uma década. Isso levou-nos então ao Endgame, como Doctor Strange e inclusive Tony Stark tão bem previram em algumas falas.
É difícil falar do filme de um modo geral porque o que nos dá vontade é de comentar cada easter egg, cameo e referências engraçadas que fomos encontrando e aplaudindo nas cenas. Mas não se preocupem, virá num novo artigo! (não resisto)
Passado tanto tempo, é incrível ver como algumas personagens fulcrais que já prevíamos que iam marcar o seu fim neste filme foram construindo este momento durante vários filmes e agora chegaram ao seu auge. Em tudo.
A destacar os 6 Avengers originais, visto que o filme se foca muito neles em várias partes. Temos o Captain America que não se conforma com seguir em frente mas que faz de tudo para o fazer; Black Widow que não quer aceitar de todo que as coisas aconteceram e procura constantemente soluções; Hawkeye/Clint Barton que deu numa de Ronin depois de perder a sua família; Professor Hulk que finalmente teve uma ação que até ele diz que “parece que nasci para isto”, Thor, que se sente culpado e afoga as suas mágoas em cerveja; e por fim, Iron Man, que não quer arriscar o que tem para lutar mais mesmo que na verdade nunca descanse totalmente disto que é ser um super herói.
O que me leva ao argumento. A solução que eles arranjaram já vinha a ser falada como teoria há algum tempo mas foi muito mais para além de tudo o que podíamos esperar. Arrisco-me a dizer que nenhuma teoria nos preparou para o que vimos.
A história está bem construída embora haja coisas que não são explicadas a 100%, ou que no momento fazem sentido mas se pensarmos bem sobre as mesmas, há dúvidas que surgem sempre mas, regra geral, há um equilíbrio entre a parte mais dramática da história e a mais de ação.
Todas as personagens têm o seu foco quando têm de ter e não sentimos que alguma foi mais deixada de fora do que outra, sendo que há, como já disse, o foco nos 6 Avengers que já referi.
Usando a teoria do Quantum Realm, chega-se à ideia de ir buscar as Infinity Stones a certos períodos temporais no passado, trazer as pedras para o presente, dar o snap e repor tudo de onde foi tirado. Mas isto parece fácil mas envolve toda uma lição de física quântica e, quem sabe, um pouco de sorte.
Chega a altura em que eles decidem viajar então no tempo para recuperar as pedras e nós começamos a ficar nostálgicos porque somos transportados para vários períodos temporais, presentes noutros filmes da Marvel: The Avengers (2012), Thor: The Dark World (2013) e Guardians of the Galaxy (2014) e não só.
Para além disso, é óptimo ver que Tony tem um momento em 1970 com Howard Stark e começa a ver muito do seu pai nele próprio e Captain America que consegue ver novamente Peggy com a mesma aparência de quando ele se apaixonou por ela, antes de ser congelado. Vemos ainda mais cenas épicas mas que virão em detalhe no fim do artigo!
No que toca a realização, os irmãos Russo fizeram um trabalho lindíssimo. É complicado fazer com que um filme de super heróis pareça o mais realista possível e tanto este, como Infinity War, fizeram-nos mesmo acreditar que é totalmente possível acontecer isto tudo nos dias de hoje se realmente houvesse super heróis e vilões como o Thanos.
Os efeitos visuais estão para lá de bons. Todas as cenas no espaço, toda a batalha final, todos os pequenos pormenores em algumas personagens estão espetaculares mas isto já é algo que não nos surpreende porque em filmes anteriores já contávamos com bons efeitos.
A banda sonora é algo que também tem muito impacto na história e acho que este filme é prova disso. Houve momentos fulcrais em que a banda sonora surgiu e que deram ainda mais ênfase à cena em si. São vários os exemplos mas o que me marcou mais foi quando Captain America diz “Avengers… Assemble” e começa a dar a música dos Avengers.
Alan Silvestri já há muitos anos que nos tem vindo a habituar a uma banda sonora digna de nomeações ao Óscar mas por incrível que pareça, nunca foi nomeado com as destes filmes da Marvel.
Reforço que falar de um modo geral neste filme de três horas é super complicado porque representa muito para os fãs da Marvel e é especialmente para eles/nós que ele é feito. Cada momento nos dá vontade de aplaudir. Temos vontade de chorar e choramos que nem bebés, rimos, ficamos ansiosos… É uma montanha russa de emoções que nem dá para expressar bem.
Ainda para mais quando os nossos Avengers originais têm destinos como o de Black Widow, que se sacrifica para conseguirem a pedra da Alma e como Iron Man que também se sacrifica para dar o snap final que vai acabar com Thanos, que o andou a atormentar durante tanto tempo, quase como justiça poética.
Sem dúvida que a morte do Iron Man para mim marcou-me mais porque era o meu Avenger preferido e sinto que ele teve um final digno para a sua personagem. Ele provou a Cap que estava errado quando o mesmo lhe disse que ele não se sacrificava por ninguém.
Mas Tony provou o que é isto de ser um super herói, pondo o bem estar de toda a gente à frente dos seus próprios interesses, algo que no primeiro filme em 2008 não acontecia, sabendo que esta era a única solução possível se queriam ganhar a batalha.
Também Cap teve um final que nos deixa de sorriso na boca porque ele finalmente conseguiu viver a vida que Tony tanto lhe dizia para ter e acaba por se casar com Peggy Carter e passar o escudo a Sam/Falcon depois de devolver as pedras.
Com Cap também é o oposto desde o seu primeiro filme. Ele sempre foi alguém que se atirava para cima das bombas se isso implicasse salvar todos os outros mas desta vez, agora que a sua missão estava cumprida, foi viver a vida que abdicou, provando também que ele é mais do que os super poderes que lhe foram dados.
É sem dúvida triste vermos o fim de três personagens que nos eram muito queridas e pensar que não as vamos voltar a ver mais, pelo menos como foi até então. Thor juntou-se aos Guardiões da Galáxia e Hulk não tem um destino propriamente revelado aqui.
Como Tony tão bem diz, “Part of the journey is the end” e nesta grande jornada que já dura há tanto tempo, o fim também faz parte, embora nos deixe tristes mas satisfeitos ao mesmo tempo com este percurso.
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