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Anatomy of a Scandal – Crítica Série

by Beatriz Silva

Anatomy of a Scandal é a nova minissérie da Netflix, adaptada do livro de Sarah Vaughan e que traz associado a si um nome tão bem conhecido do público que é David E. Kelley, criador de séries como Big Little Lies, Big Sky, Nine Perfect Strangers, The Undoing, entre tantas outras que fazem parte da sua filmografia. Mas será que esta minissérie conseguiu atingir o seu potencial? 

Não acredito que tenha conseguido e eu estava com muitas expetativas para a mesma. Começamos a série ao conhecer os Whitehouse, em que temos James, um dos membros do Parlamento, a sua namorada de universidade e agora mulher Sophie e os seus dois filhos. Mas a vida deles muda quando James é levado a tribunal para responder pelo seu caso com a sua investigadora parlamentar.

Ao vermos o julgamento em tribunal a desenrolar-se e ao tentarmos perceber se ele é verdadeiramente culpado pelo que o acusam de ter feito, a história vai-se perdendo mais nas emoções de Sophie a tentar lidar com tudo o que se está a passar do que propriamente no resto. E não me interpretem mal, adorei a Sienna Miller nesta série, até porque ela representa a mulher que defende fielmente o seu marido e que parece que ela é que se sente mal por ele ter um caso e não o oposto.

© Netflix

De resto, não consegui criar empatia com mais nenhuma personagem. Não a consegui criar com James Whitehouse, nem com a advogada Kate Woodcroft, nem mesmo com a amante de James, a Olivia Lytton. O que acontece é que se limitam a entregar-nos os factos no tribunal, em momentos até bastante bem interpretados e dinâmicos, mas fora disso, pareceu só que estávamos a ver mais do mesmo que já vimos noutras séries de David E. Kelley.

Para além disso, enquanto estamos neste bate bolas de assuntos como a infidelidade, o facto de James ser um libertino e até mesmo os seus privilégios, o assunto que nos leva em tribunal acaba por não ganhar força como mensagem, pelo menos não como devia ter tido.

Quanto à realização, houve transições que gostei entre o passado e o presente mas havia outras transições e cenas que simplesmente me davam a volta à cabeça de tão confusas que chegavam a ser, especialmente nas do passado, em que dava para sentir a confusão das personagens ao tentar lembrar-se do que tinha acontecido mas que se tivessem menos “desfoque” seria melhor.

Não li o livro para vos poder dizer que a história está 100% fiel ao mesmo mas posso dizer-vos que não fiquei super entusiasmada para o ler. Anatomy of a Scandal é uma série que acaba por se ver muito rápido, contando apenas com 6 episódios, mas terminei-a da mesma forma que a comecei: sem grandes entusiasmos.

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