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Aladdin: Magia pelas Areias do Deserto

by João Borrega

No embalo de adaptar clássicos de animação para versões live action chega-nos “Aladdin”, uma adaptação do clássico de 1992, agora pela visão de Guy Ritchie.

Apesar de ser um dos clássicos de animação mais recentes, já existe muita nostalgia na sociedade relativamente a “Aladdin”. Assim, Disney inclui no seu repertório uma versão live action do mesmo, de forma a cativar o público a reviver no grande ecrã esta história arábica.

Todos sabem a história deste conto – Aladdin (Mena Massoud) é um vagabundo que vive de roubos e fugas às autoridades, que salva e se apaixona pela princesa Jasmine (Naomi Scott), filha do sultão. Depois de obter uma lâmpada mágica que contém um Génio (Will Smith) que lhe concede 3 desejos, Aladdin tentará conquistar o coração da princesa, tal como poder salvar a cidade das mãos do malvado Jafar (Marwan Kenzari).

Vamos, primeiro que tudo, falar sobre o que mais tem gerado críticas e falatório relativamente ao filme – isto é, Will Smith como o Génio. Desde a escolha do actor até ao seu visual, muitos foram os que criticaram e elogiaram o que viram até ao momento. Verdade é que Robin Williams ofereceu uma performance incrível no original e seguir as pisadas do mesmo era o mesmo que pisar território sagrado.

Porém, Will Smith aceitou o desafio. E sim, tenho prazer em afirmar que é a melhor parte deste “Aladdin” (podem respirar fundo!). Com o seu carisma característico e uma energia tão própria da personagem do Génio,  faz a sua própria verão, sem imitar mas a homenagear Robin Williams. Smith consegue proporcionar os melhores momentos do filme, tanto os musicais como os de interação com os outros. Será, certamente, devido à presença deste Génio de Smith que apelará a revisitar este filme no futuro.

Por falar em banda-sonora, escusado será dizer que a mesma fará todas os possíveis para transportar o espectador para o mundo arenoso da Arábia. Com músicas já conhecidas pelo público como com peças instrumentais, tudo com um toque exótico e exuberante. Contudo, algumas músicas mais recentes não caem bem dentro do registo e denota-se uma infiltração pop americana no filme – como o caso da música pertencente à emancipação da Jasmine.

Muito deste transporte para um mundo novo é feito pelo guarda-roupa e pelos cenários em que as personagens interagem. Tudo isto é polvilhado de cores e texturas que arregalam os olhos do espectador e, quiçá, poderá reservar um lugar nestas categorias para as próximas cerimónias de prémios.

No que toca ao resto do casting, todos oferecem, possivelmente, o melhor que conseguem. Mas nem todos enchem as medidas.

Naomi Scott e Navid Negahban estão prestáveis nos seus papéis de Jasmine e de Sultão, a realeza do filme. Em contrapartida, temos um Mena Massoud que, apesar de fisicamente ser semelhante ao antigo Aladdin, a sua performance é seca e que não encanta.

Porém, o lugar de decepção recai sobre Marwan Kenzari e o seu Jafar. O actor não consegue transparecer uma faceta malévola com convicção, nem fisicamente nem de personalidade. No fim, não parece mais senão um adolescente com uma birra porque o pai não o percebe. É, de facto, ingrato a escolha deste actor para interpretar um dos vilões mais icónicos dos parâmetros da Disney.

Para além disso, a própria edição do filme é muito ao estilo de Guy Ritchie, sendo que, em alguns momentos, não é o mais aconselhável para este formato. Seja em cortes incomuns que nos retiram do momento do filme ou a aceleração exagerada de momentos de dança, torna-se desconcertante perceber se o contributo de Ritchie foi o positivo para este “Aladdin”.

No fim, esta nova versão de “Aladdin”, apesar de não reinventar a roda, também não é o desastre que muitos profetizavam. Com um excelente Will Smith, que carrega o filme aos ombros, e uma bela dose de nostalgia, “Aladdin” divertirá os fãs da animação e conquistará os espectadores mais novos.

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