Continuamos a nossa jornada pelos géneros cinematográficos e desta feita, hoje é a vez de vos trazermos 5 sugestões de dramas!
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“Suddenly, Last Summer” (1959)
Em 1959, Joseph L. Mankiewicz realizou “Suddenly, Last Summer”. A adaptação do argumento foi concebida por Gore Vidal, a partir da peça teatral que Tennessee Williams levou aos palcos em 1958.
Uma jovem é internada num hospital psiquiátrico, depois de testemunhar a morte do primo. A tia, que decide interná-la, pretende que a jovem seja submetida a uma intervenção cirúrgica, para colocar um ponto final a uma aparente lufada de alucinações.
A história gira à volta de uma personagem misteriosa, (Sebastian Venable, o primo), cuja figura só conseguimos ver em breves flashbacks, o que dá maior poder à narrativa, porque tentamos compreender exatamente o que provocou a sua morte horrível.
Este melodrama sombrio, abordou segredos da sociedade que precisavam urgentemente de ser explorados no grande ecrã durante aquela época (como a homossexualidade, loucura, homicídio, incesto, pedofilia e canibalismo).
Katherine Hepburn e Elizabeth Taylor foram nomeadas ao Oscar de Melhor Atriz. Taylor ainda nem tinha 30 anos, e já conseguia a sua terceira nomeação, segunda consecutiva graças a obras de Tennessee Williams. Só que, naquele ano de 1960, a concorrência era muito forte, e a estatueta foi entregue a Simone Signoret.
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“One Flew Over the Cuckoo’s Nest” (1975)
“One Flew Over the Cuckoo’s Nest” foi o segundo filme da carreira de Milos Forman. Em jeito de alegoria, o enredo gira em torno de um hospital psiquiátrico (Oregon State Hospital em Salem, Oregon), um local de rebelião exibido por um anti-herói energético, extravagante e sábio que luta contra a autoridade institucional.
Adaptado da obra de Ken Kesey, este filme serviu de personificação para a contracultura dos baby-boomers, ao espelhar a revolta e insubordinação contra a burocracia opressiva, bem como a luta em prol de direitos, auto-expressão e liberdade.
A retratar a personagem principal, temos Jack Nicholson, que, antes da performance colossal que desempenhou neste filme, já tinha mandado cartas em “Easy Rider” e “Five Easy Pieces”.
Em 1976, “One Flew Over the Cuckoo’s Nest” arrecadou todos os Oscars principais (Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento, Melhor Ator e Melhor Atriz), feito que não era alcançado desde “It Happened One Night”, que Frank Capra realizou em 1934.
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“The Shawshank Redemption” (1994)
Andy Dufresne (Tim Robbins) é um banqueiro acusado de ter assassinado a mulher e o amante que ela tinha. Na prisão, conhece Ellis Boyd ‘Red’ Redding (Morgan Freeman), que surge como narrador da história. O diretor da cadeia não é flor que se cheire, mas Andy acaba por conquistar o respeito dos companheiros.
“The Shawshank Redemption” é um dos trabalhos mais envolventes e impressionantes da carreira de Frank Darabont. O filme é baseado em “Rita Hayworth and Shawshank Redemption”, livro que Stephen King fez lançar em 1982.
Este inspirador e edificante produto à moda antiga de Hollywood (parecido com “The Birdman of Alcatraz” e “Cool Hand Luk”), é uma obra dramática que assume também o papel de estudo de personagens.
Foi nomeado a sete Óscares, incluindo nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Morgan Freeman) e Melhor Argumento Adaptado, porém, não arrecadou nenhum dos prémios. Naquele ano, as atenções foram voltadas para “Forrest Gump”, “Pulp Fiction” e “Speed”.
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“The Lives of Others” (2006)
“ The Lives of Others” (título original:“Das Leben der Anderen”), foi a estreia de Florian Henckel von Donnersmarck no mundo do cinema. A longa-metragem atraiu aplausos internacionais, e arrecadou o Oscar na atual categoria de Melhor Filme Internacional em 2007
O filme é ambientado em 1984, na Alemanha de Leste. Cinco antes antes queda do Muro, a população é mantida debaixo de controlo pela Stasi, polícia secreta alemã. O enredo acompanha a desilusão gradual do Capitão Gerd Wiesler, um oficial da Stasi, cuja missão é espiar um famoso escritor, George Dreyman, e a sua esposa, a atriz Christa-Maria Sieland.
Em alguns aspetos, pode ser comparado a “Manuscripts Don’t Burn”, de Mohammad Rasoulof, que abordou o exemplo de vigilância do governo iraniano. Mas, na minha ótica, o que torna “The Lives of Others” particularmente notável é o facto de trabalhar em vários níveis – é um thriller político, um drama psicológico e até uma forma de meditação moral e filosófica.
“(…) Mais do que qualquer outra coisa, é um drama sobre a capacidade dos seres humanos fazerem o que está certo, não interessa até onde foram no caminho errado. (…)”, afirmou o próprio von Donnersmarck.
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“Woman at War” (2018)
“Woman at War” (título original: “Kona fer í stríð”), é um drama satírico da Islândia que exalta uma série de questões filosóficas e sociopolíticas de maneira pouco usual.
Halla (interpretada de forma sublime por Halldóra Geirharðsdóttir) é uma ativista islandesa de 49 anos. Independente e convicta das suas ideologias, declara guerra à indústria dos alumínios, que considera estar a contaminar o país. Halla tenta chamar a atenção de todos para os cuidados a ter com a natureza, e considera esta luta fulcral na sua vida. Porém, a sua vida muda por completo quando percebe que pode, finalmente, adotar uma criança.
Com a realização de Benedikt Erlingsson, “Woman at War” ganhou o prémio SACD (Société des Auteurs et Compositeurs Dramatiques) na categoria de Melhor Argumento durante a Semana Internacional da Crítica no Festival de Cannes em 2018.
Devido ao estilo fora do comum, o público pode demonstrar algum ceticismo perante os primeiros minutos de filme. Mas, à medida que a história avança, o ritmo fica mais afinado, e é provável que muitos acabem por sucumbir aos seus encantos.