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5 Razões para (re)ver a Cornetto Trilogy

by João Borrega
Trilogia Cornetto

Já alguma vez viste a Trilogia Cornetto? E, se sim, há quanto tempo não revês? Deixo aqui algumas razões para dares uma espreitadela nestas preciosidades do Cinema. 

Devido a uma pandemia que insistiu em ficar, e sem pouco de conteúdo novo relevante para consumir, decidi revisitar a Trilogia Cornetto, uma trilogia não oficial que consiste dos filmes “Shaun of the Dead” (2004), “Hot Fuzz” (2007) e “The World´s End” (2013), todos realizados por Edgar Wright

Para quem não está a par, a Trilogia Cornetto (sim, chama-se assim por causa dos gelados) reúne 3 filmes com ADN semelhantes, mas que se distinguem no seu tom. Todos são comédias, mas cada faz paródia a um género de filmes diferentes: o primeiro aos filmes de terror de apocalipse zombie; o segundo aos filmes de acção policiais; e o terceiro aos filmes de ficção científica com prenúncios de fim do Mundo. 

Para além de hilariantes, todos os filmes são geniais na sua estrutura e execução, cada um tendo um sabor diferente (pun intended), mas que se conseguem conjugar perfeita e criar uma viagem perfeita para o espectador. 

Portanto, para quem ainda não viu ou para quem não revê há bastante tempo, deixo-vos aqui 5 razões que vos poderá aguçar o apetite para esta Trilogia Cornetto.

1 – É uma trilogia sólida

Sempre que uma trilogia é feita, o espectador já sabe de antemão que, muito provavelmente, haverá sempre um filme que não se compara aos restantes. Para exemplos disto temos o caso da trilogia “The Godfather”, a de “Matrix” ou até mesmo a trilogia de “Spider-Man” do Raimi

Apesar de esta não ser uma trilogia oficial, a verdade é que existem alguns elementos que interligam os filmes entre si, tornando-se primos directos uns dos outros. E, devido a estas ligações, a Trilogia Cornetto é uma óptima e sólida trilogia, com cada espectador a ter uma entrada preferida diferente. Só por este motivo, esta trilogia deve ser matéria em rotação anualmente. 

2 – É extremamente bem realizado e escrito.

Hoje em dia, o nome Edgar Wright já anda pelas bocas do Mundo como um dos realizadores mais singulares e consagrados do novo século. Porém, nem sempre foi o caso e, estreou em 2004, “Shaun of the Dead” foi uma bomba que deixou todos boquiabertos. 

Não apenas o argumento era genialmente cómico e super-inteligente, mas o ritmo do filme é alucinante, com uma cadência contagiante, sem nunca esquecer o coração palpitante que existe no centro da história. E isto é visível em todos os filmes da trilogia. 

Isto também é conseguido devido ao argumento perspicaz de cada filme. Escritos por Wright e Pegg, a escrita da trilogia depressa tornou cada entrada como um clássico moderno do cinema de comédia. Recheados em referências culturais e one-liners, sem nunca ter receio de mostrar o lado mais dramático da situação, os argumentos são profundos e ricos em conteúdo, nunca se tornando aborrecidos com múltiplas visualizações.

Agora já com nomeações para os Óscares debaixo do braço para o brilhante “Baby Driver”, é interessante revisitar esta sua trilogia e perceber a evolução de Wright há medida que o tempo passa, detectar o aperfeiçoamento da sua técnica e ficarmos deslumbrados com a genialidade do realizador. 

3 – O elenco é perfeito

Seja os recorrentes Simon Pegg e Nick Frost ou convidados como Timothy Dalton ou Rosamund Pike, o desfile de talento à frente da câmara é impagável. Todos escolhidos por um dedo, encaixando nos seus papéis como uma luva. 

E não são apenas os momentos de comédia e de sátira que sobressaem, mas também as sequências dramáticas e mais pausadas, que requerem um maior empenho emocional por parte dos actores. E nenhum quebra, dando tudo de si em cada minuto – com especial destaque para Simon Pegg que, não apenas revela um lado cómico imponente, mas também um lado dramático de se lhe tirar o chapéu. 

4 – Toca em importantes problemas sociais

Piadas e acção à parte, e como já referido, a Trilogia Cornetto não tem problemas nenhuns é puxar mais à emoção. E, para fazer isto, muito do seu argumento debate importantes problemas sociais que não são, de todo, indiferentes ao espectador. 

Ao longo dos três filmes, os argumentos estão imbuídos de temas como o poder da amizade, o afecto entre as pessoas, a importância da família, o comodismo laboral, as consequências das mentiras ou, até mesmo, qual o propósito da Humanidade. 

Esta trilogia nunca deixa de parte as suas mensagens, deixando temas pensantes para se reflectir, causando um impacto duradouro no espectador. Tudo isto encapsulado entre uma edição exímia, interpretações naturais e uma constante de gargalhadas, nunca deixando de serem certeiros quando fazem alvo à emoção. 

5 – São filmes leves por Natureza

Tal como afirmei, o busílis da Trilogia Cornetto são os temas fulcrais para as relações humanas e sociais. Porém, em nenhum momento os filmes se tornam pregadores ou enfadonhos, não pretendem dar-nos uma lição moral. 

Tendo a comédia como base, os filmes são bastante leves e de consumo fácil, que diverte qualquer espectador que pretende um bom entretenimento. Por baixo existe muito trabalho, muita busca pela perfeição, muito talento para o olhar mais atento. Mas também se tornam óptimos acompanhantes de um balde de pipocas e uma noitada com amigos que apenas querem passar um bom bocado. 

Ver e rever esta trilogia é uma delícia. Dá para qualquer altura, qualquer momento, qualquer estado de espírito. E, para esta quarentena prolongada, porque não aventurar-mo-nos pelo Mundo distópico de Wright

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